Um grupo de cinco mulheres de São Nicolau vê no calcetamento de ruas, não só uma forma de ganhar o sustento para as famílias e driblar o desemprego, mas também como uma forma de fazerem algo de que gostam e se sentirem realizadas.
Maria Piedade tem 36 anos. É peixeira e calceteira. Começou nesta actividade em 2010 e hoje diz não conseguir viver sem as calçadas.
“É um trabalho que eu gosto muito. Às vezes estou sem tempo mas eu vou e faço. Quando aparece uma oportunidade de calcetar, eu paro de vender peixe e vou para as ruas. É uma paixão”, conta Piedade.
No momento são cinco as mulheres da localidade de Carriçal a fazerem este trabalho de calcetamento pelas ruas de algumas zonas da ilha. Por serem mulheres, as pessoas dão mais valor ao trabalho, garantem. Até porque o calcetamento é uma arte, um ofício.
“Já trabalhamos em Juncalinho, Carriçal, Covada de Baixo. Dizem que é um trabalho de homem e muitas pessoas vêem que, apesar de sermos mulheres, fazemo-lo à mesma. Sempre recebemos incentivo e isso dá-nos força e ânimo para continuarmos. É um orgulho imenso”, conclui Maria Piedade.
Criselene Brito
Estagiária
