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Política

Santiago Norte: Presidente da JPAI diz que a maioria dos jovens da região está “desesperançada”

Fidel de Pina fez essas considerações à imprensa, após um encontro com o reitor da Universidade de Santiago (US), Gabriel Fernandes, para se inteirar dos desafios do Ensino Superior em Santiago Norte, bem como o impacto actual da conjuntura “difícil” da região na vida dos jovens universitários do norte da ilha de Santiago.
“Constatamos que, em Santiago Norte, ainda há muitos jovens que estão desesperançados, e que estão fora do sistema do ensino há mais de cinco anos, e são jovens que têm boa média e é isso que é algo preocupante. Então é preciso haver uma intervenção do Governo para resolver esta situação”, alertou aquele responsável do movimento juvenil do PAICV.
Aliás, fez saber que no encontro com o reitor da US foi lhe informado que um dos principais problemas que faz com que muitos jovens tenham abandonado a universidade foi a seca e o mau ano agrícola, tendo em conta a dependência familiar deste sector.
“E, portanto, é preciso que o Governo faça uma intervenção de fundo nessa questão. Entendemos que o Governo tem boa fé, e que tem tomado algumas medidas que as próprias universidades as reconhecem, mas, não obstante, é preciso que o país, que está a crescer cinco vezes mais, criar oportunidades para todos os jovens, principalmente para os da região Norte, “uma das regiões mais pobre do país”, notou aquele responsável.
Perante tal situação, Fidel de Pina disse que o JPAI discorda do vice-primeiro-ministro, Olavo Correia, que terá afirmado que “esse Governo está a governar para a juventude”, tendo o líder da JPAI sustentando que o próprio Orçamento de Estado demonstra que tal afirmação desse governante “não corresponde à verdade”.
Nesse sentido, o JPAI convidou o também ministro das Finanças para “cair realidade”, para ver que os jovens estão “desesperançados”, propondo “mudança de rumo” para se evitar perdas de juventude.
Tendo em conta que na região Santiago Norte existem universidades, Fidel de Pina instou as câmaras municipais a investirem nelas e a acreditar que nelas existem profissionais com capacidade para formar “bons quadros”, ao invés de apostar nas universidades estrangeiras.
Por outro lado, o líder da JPAI entende que o Governo deve apostar no quadro universitário existente no país, referindo-se à criação de bolsas de estudos para professores universitários, mas também que sejam criadas as condições para que, além de melhorarem as suas formações, possam receber o salário na íntegra, tendo em conta que têm famílias para sustentar.
Relativamente à US, informou que foi muito interessante conhecer o trabalho desenvolvido por aquela instituição do Ensino Superior, que no seu entender, tem estado a dar um grande contributo para Santiago Norte.
“Hoje, vários jovens dos seis municípios que compõem a região Santiago Norte, que não tinham oportunidade de estudar, mas, actualmente, graças à Universidade de Santiago, têm essa oportunidade”, congratulou-se.
Por outro lado, o também membro da Comissão Política Nacional do PAICV, que esteve acompanhado por outros membros da JPAI a nível nacional e de Santa Catarina, avançou que das instituições do Ensino Superior já visitadas, constaram que o financiamento à investigação foi uma das queixas mais comuns apontadas por estas universidades. É que, segundo a mesma fonte, em Cabo Verde, ainda falta uma aposta na ciência, na pesquisa e na investigação.
“Um país que quer ir para frente, tem que apostar na ciência. Se fizermos uma comparação de valores contemplados nos orçamentos de Estado, nos outros países, para a investigação e para a ciência, não se compara à de Cabo Verde”, constatou.
É que, segundo ele, os problemas do país têm que ser levados para as universidades para serem discutidos ali, tomando como exemplo a criminalidade, o emprego e a precariedade laboral. A JPAI, que também já visitou a Universidade Jean Piaget e a Escola de Negócios e Governação (ENG), pretende percorrer todas as instituições do Ensino Superior do país.
Fonte: Inforpress

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