De acordo com a empresa de transporte de eletricidade e gás natural, Redes Energéticas Nacionais (REN), após uma segunda-feira de apagão geral, a rede elétrica “está perfeitamente estabilizada”. Em Portugal, a energia começou a ser reposta de forma faseada pelo território, sendo que, às 21h00 de segunda-feira, a grande parte da população já tinha acesso a eletricidade. Recorde-se que nesta segunda-feira, 28, vários países e pontos da Europa sofreram um apagão geral na energia elétrica.
De acordo com um comunicado da REN, citada pelo Euronews, emitido ao início da manhã de hoje, terça-feira, pelas 23h30 de segunda-feira a empresa “já tinha reposto o funcionamento de todas as subestações da Rede Nacional de Transporte (RNT)”. No mesmo documento é explicado que a rede elétrica “está perfeitamente estabilizada”.
De acordo com o operador de rede de distribuição de eletricidade E-redes, até às 00h00 de terça-feira estavam ligadas parcialmente 424 subestações, alimentando cerca de 6,2 milhões de clientes. Ainda assim, a empresa não conseguia prever a reposição integral do serviço.
Apesar da reposição da energia elétrica, ainda não conhecidos alguns constrangimentos, nomeadamente ao nível dos transportes.
Metro em Lisboa ainda não funciona
Ainda não há metro na cidade de Lisboa. O serviço não começou esta manhã com várias estações ainda encerradas, mas é esperado que possa retomar a circulação ainda durante esta manhã.
O presidente da Câmara, Carlos Moedas, avançou que não será possível à capital portuguesa regressar com toda a normalidade já esta terça-feira.
Metro sem limitações no Porto
No norte do país, no Porto, o metro já funciona sem limtações.
Quanto aos comboios, a circulação das composições da CP está normalizada, registando-se apenas a suspensão de alguns comboios de longo curso na parte da manhã. Também circulação de comboios da Fertagus, que faz a ligação entre Lisboa e a Margem Sul, foi esta manhã normalizada.
Nos aeroportos há ainda voos cancelados. A ANA aeroportos continua a aconselhar os passageiros a ligarem para as companhias aéreas antes de se deslocarem aos aeroportos nacionais.
Espanha recupera rede elétrica em 99%
O serviço de distribuição de energia espanhol, Red Eléctrica informou que, às 6h, mais de 99% do fornecimento de eletricidade do país havia sido restaurado e todas as subestações da rede estavam ativas.
Partes do sul de França também foram afetadas por breves momentos, mas as autoridades dizem que o serviço foi rapidamente restabelecido após uma intervenção atempada.
O apagão
O apagão foi o segundo corte de energia grave na Europa em menos de seis semanas, depois de um incêndio de 20 de março ter encerrado o aeroporto de Heathrow no Reino Unido.
O corte de energia começou depois do meio-dia. Os escritórios fecharam e o trânsito ficou congestionado nas principais cidades. Em Barcelona em Lisboa houve civis a orientar o trânsito.
Tanto em Portugal como em Espanha os comboios pararam, deixando dezenas de milhares de passageiros retidos.
Os hospitais e outros serviços de emergência passaram a utilizar geradores. Entre os mais afectados encontravam-se os doentes que dependiam de máquinas de oxigénio. As bombas de gasolina deixaram de funcionar.
Não foi possível fazer chamadas ou enviar mensagens de texto na maioria das redes de telemóveis, embora algumas pessoas tenham conseguido ligar-se a certas aplicações de mensagens com ligações de dados intermitentes. As pessoas procuraram rádios a pilhas nas lojas para se manterem informadas.
Os aeroportos espanhóis estavam a funcionar com sistemas elétricos de reserva e alguns voos sofreram atrasos, segundo a Aena, que gere 56 aeroportos em Espanha, incluindo Madrid e Barcelona.
Em Lisboa, os terminais fecharam e os turistas ficaram no exterior à espera de notícias sobre os voos.
O Parlamento espanhol em Madrid encerrou. O torneio de ténis Madrid Open foi suspenso. Alguns aproveitaram a falta de conetividade para desfrutar do sol nas esplanadas dos restaurantes, nos parques e nas praias. As ruas de Barcelona encheram-se de multidões de pessoas que se aglomeravam em frente às lojas escuras e trocavam informações.
C/ Euronews
