43,9% dos agregados familiares em Cabo Verde tiveram quantidades insuficientes de água para satisfazer as suas necessidades em 2024, revelaram os dados do Inquérito Multi-objectivo Contínuo (IMC-2024) publicados esta segunda-feira, 14.
O IMC-2024 realizado junto de uma amostra de 9.918 agregados familiares, divulgado esta segunda-feira,14, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) aponta que 52,3 por cento (%) da população do meio rural sentiram a necessidade da água, uma proporção maior do que no meio urbano.
O inquérito mostra que os agregados familiares que possuíam tanque, reservatório ou bidão para armazenar água foi de 81,4% e dos que possuíam cisterna para armazenar água da chuva foi de 10,0%.
“A proporção dos agregados que tinham cisterna foi mais elevada no meio rural, mais de 27,4% do que no meio urbano”, frisou a mesma fonte.
Valor médio da factura de água
Os dados referem que a nível nacional os agregados familiares pagaram um valor médio de 1.563 escudos por mês pela factura da água da rede pública.
No meio urbano, indica o documento, registou-se um valor médio pago por mês de 1.610 escudos, valor este superior ao valor pago no meio rural, que foi de 1.367 escudos.
“É importante ressaltar que 5% dos agregados com água canalizada declararam que não pagavam pela água que consumiam”, diz o inquérito.
Os dados revelaram que o concelho da Praia foi onde os agregados familiares pagaram mais pela factura mensal da água da rede pública, com um valor médio mensal de 2.159 escudos, enquanto no concelho de Paul, na ilha de Santo Antão, o valor médio mensal foi menor, 654 escudos.
Frequência de fornecimento de água na rede pública
Tendo em conta a frequência de fornecimento de água na rede pública no último mês antes da realização deste inquérito, os dados do INE apontaram que 28% dos agregados declararam que o fornecimento foi diário, 12% que foi 4 a 6 vezes por semana, 27% que foi 2 a 3 vezes por semana, 21% que foi 2 a 4 vezes por mês, 9% que foi 1 vez por mês ou menos e 2% que não houve fornecimento de água na rede no último mês.
Quanto aos agregados cuja principal forma de abastecimento de água foi o autotanque, os dados do INE revelam que a quantidade média de água consumida foi de 2.440 litros e o gasto médio associado foi de 2.364 escudos, no mês anterior à data da realização deste inquérito.
“Tanto a quantidade média consumida, como o gasto médio foram maiores no meio rural do que no meio urbano. Os agregados representados por um homem consumiram e gastaram mais com a água provenientes de autotanques”, sustentou.
É de referir que nos municípios de Paul, Mosteiros, São Filipe do Fogo e Brava não houve consumo e gasto com água transportada por autotanque, durante o período de referência. A proporção de agregados onde o fornecimento de água foi diário é maior no meio rural, 31%, do que no meio urbano.
Qualidade da água na rede pública
No que diz respeito à água engarrafada ou água filtrada por empresas, apenas os agregados familiares que utilizam principalmente água engarrafada ou água filtrada por empresas para beber, 72% dos agregados utilizaram-na porque consideram-na mais saudáveis.
No entanto, a proporção que utilizou esses tipos de água porque não gostam do sabor, cheiro, cor ou presença de sedimentos na água da rede pública foi de 26%.
O Inquérito Multi-objectivo Contínuo (IMC) é uma operação estatística de recolha de dados junto dos agregados familiares, que integra, de forma harmoniosa, um conjunto de módulos, tendo como base o módulo mercado de trabalho visando melhorar a cobertura e a qualidade da produção estatística, realizar um inquérito ao ambiente e às mudanças climáticas.
O IMC realizado no 2º Trimestre de 2024 integrou os seguintes módulos: Características do Alojamento e do Agregado, Desastres e Eventos Climáticos Extremos; Caraterísticas Sociodemográficas, Educação; Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), Mercado de Trabalho, Outras Formas de Trabalho e Ambiente e Clima.
C/ Inforpress
