As investigações às causas que levaram ao naufrágio do navio de carga Nhô Padre Benjamim no largo da Preguiça, a três milhas náuticas de São Nicolau já começaram, desde a manhã de quarta-feira, 16, com a chegada da equipa do Instituto de Prevenção e Investigação de Acidentes Aéreos e Marítimos (IPIAAM) à ilha. No entanto, o desaparecimento da caixa negra “num ponto muito profundo dos mares de Cabo Verde” pode dificultar investigações.
Segundo Jorge Rodrigues, presidente do IPIAAM, as investigações para apurar as causas do naufrágio devem passar por audições do capitão do navio, Salazar Fonseca e de toda a tripulação, composta por cerca de 20 tripulantes.
Outras ações, como a análise dos documentos de bordo e o acesso ao VDR (Voyage Data Recorder), a caixa negra da embarcação, são, segundo Jorge Rodrigues, formas de complementar a investigação e garantir um suporte técnico “mais robusto”, mas alerta que o acesso à caixa negra “ainda não pode ser assegurado” já que o navio afundou-se “num ponto muito profundo dos mares de Cabo Verde”.
“Não sabemos se será possível recuperar esse equipamento. Contudo, através das entrevistas que faremos à tripulação, poderemos identificar os factores que contribuíram para a ocorrência deste acidente” avançou à imprensa.
Perfil do navio
A embarcação naufragou na tarde de segunda-feira, 14, ao largo da Preguiça, em São Nicolau, quando transportava brita e maquinaria pesada para as obras de remodelação do aeródromo da Preguiça e para a estrada que liga Juncalinho a Carriçal. O navio saiu do Porto da Palmeira, no Sal.
“Nhô Padre Benjamim” é um navio com cabotagem de 90 por 18 metros, com capacidade para 319 contentores, para além de um calado baixo para facilitar as operações de carga e descarga.
O navio, de fabrico alemão, foi adquirido em 2015 com 35 anos, pela empresa Lusolines, pertencente ao grupo Agrícola Ilha Verde “em perfeitas condições de operacionalidade e de segurança, graças à manutenção constante e em dia, conforme frisaram os representantes da empresa dona do navio”.
