Duas controladoras de tráfego aéreo, afectas ao Centro de Controlo da ilha do Sal, foram suspensas das suas funções após testarem positivo em testes de despiste de substâncias psicoactivas. A informação foi confirmada ao A NAÇÃO pela empresa Aeroportos e Segurança Aérea (ASA).
De acordo com os dados recolhidos, os testes foram realizados pela Agência de Aviação Civil (AAC), no âmbito das inspeções de rotina destinadas a garantir que os profissionais da aviação civil cumprem todos os requisitos legais e de segurança. A ASA aguarda agora a comunicação oficial da AAC sobre o sucedido.
Fontes ligadas ao sector da aviação revelaram ainda que este não é um caso isolado. Recentemente, outro controlador de tráfego aéreo terá igualmente testado positivo para consumo de canábis, facto que, segundo a nossa fonte, “levantou preocupações sobre a recorrência deste tipo de situações num setor extremamente sensível e que exige elevados padrões de responsabilidade” e que “desde então, a AAC intensificou as inspeções no Sal”.
ASA confirma
Em declarações ao A NAÇÃO, o presidente do conselho de administração da ASA, Moisés Monteiro, reforçou a posição da empresa em relação à segurança da navegação aérea e sublinhou que o sistema de controlo funciona, destacando o compromisso da ASA com a excelência e a integridade dos seus serviços.
“Efectivamente, duas controladoras de tráfego aéreo foram suspensas do exercício das funções, na semana passada, na sequência de testes de despistes de substâncias psicoativas, realizadas pela Agência de Aviação Civil (AAC). No entanto, aguardamos a comunicação da AAC sobre o sucedido”, confirmou Monteiro.
O PCA da ASA sublinhou que a segurança da navegação aérea é uma prioridade absoluta da empresa, sendo parte integrante da sua missão e visão estratégica. “Temos feito um forte investimento na modernização e digitalização dos nossos sistemas de apoio à navegação aérea e de gestão de tráfego aéreo, assim como temos assumido uma aposta séria no desenvolvimento do capital humano da empresa”, destacou, apontando que a ASA tem reforçado os mecanismos de fiscalização e prevenção.
Moisés Monteiro explicou ainda que os controladores estão sujeitos a um conjunto rigoroso de normas, incluindo exames médicos regulares e testes aleatórios de despiste de substâncias, estando plenamente cientes das responsabilidades associadas à profissão.
“Portanto, situações como as reportadas são totalmente anómalas e, obviamente, reprovadas pela empresa, pelo que vamos adotar as devidas medidas para evitar a recorrência destas situações”, disse Moisés Monteiro.
Eficácia do sistema de controlo
Apesar do incidente, Moisés Monteiro realçou que o episódio evidencia a eficácia do sistema de controlo e a prontidão da empresa para lidar com qualquer ameaça à segurança do espaço aéreo. “O ocorrido é uma demonstração de que o sistema de garantia de segurança estabelecido funciona, permitindo detetar essas situações de risco e adotar medidas atempadamente, designadamente suspendendo os colaboradores envolvidos do exercício de funções tão sensíveis.”
“Da parte da ASA”, garantiu, “reafirmamos o compromisso de continuar a trabalhar para garantir a integridade e a confiabilidade dos serviços prestados, assegurando, sempre, a segurança do espaço aéreo sob a responsabilidade de Cabo Verde”.
A ASA promete ainda reforçar os mecanismos internos de controlo, numa perspetiva preventiva e formativa, apostando na valorização contínua dos seus profissionais, de forma a garantir a segurança e a confiança de todos os que dependem dos serviços da aviação civil nacional.
A NAÇÃO tentou ouvir também a Agência de Aviação Civil, mas a resposta ao nosso pedido não chegou até o fecho desta edição.
Geremias S.Furtado
