O arranque dos trabalhos parlamentares esta quarta-feira ficou marcado por um intenso debate sobre os investimentos públicos nas infraestruturas do país, com os partidos a exporem visões distintas sobre promessas, obras realizadas e desafios ainda por superar.
O ministro das Infraestruturas, Victor Coutinho, fez a sua estreia na Assembleia Nacional enquanto titular da pasta, e sublinhou que os avanços vão além da construção de estradas. “Não se trata apenas de quilómetros de asfalto, mas sim de criar acessos que mudam vidas: facilitar o transporte de produtos agrícolas, garantir segurança no caminho para a escola ou centro de saúde, e acolher melhor os emigrantes que regressam”, defendeu.
O PAICV, principal força da oposição, criticou duramente a atuação do Governo, acusando-o de não cumprir com as promessas feitas e de agravar a dívida pública. “Estamos perante um aumento de mais de 115 milhões de contos na dívida pública. Onde estão as grandes obras que justificam este peso para o país?”, questionou o deputado Carlos Tavares.
Já o MPD, partido que sustenta o Executivo, destacou obras espalhadas pelo país como exemplos da descentralização dos investimentos. Segundo o deputado Alberto Mello, intervenções como a ligação entre Fundura e Ribeira da Barca, ou ainda os novos projetos de saúde e pescas na Brava, são sinais concretos do compromisso com todas as ilhas.
UCID mais moderada
Por sua vez, a UCID adotou uma postura crítica, mas moderada, reconhecendo progressos enquanto apontava deficiências estruturais. O deputado António Monteiro alertou para a situação precária em que ainda vivem muitas famílias. “Após quase cinco décadas de independência, não é aceitável que continuem a existir condições habitacionais tão degradantes”.
Além das infraestruturas, os deputados têm pela frente, nesta jornada, a análise de alterações ao Código Eleitoral, propostas de revogação de normas do Código Penal e a discussão sobre os estatutos dos municípios.
Adelise Furtado
Estagiária
c/RTP África
