O candidato à presidência do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição) Nuías Silva, manifestou-se, no último fim-de-semana, “triste” com a suspensão, Sexta-feira, 28, pelo Tribunal Constitucional (TC), do acto eleitoral que estava marcado para Domingo, 30, e que deveria eleger o novo líder do partido e os delegados ao Congresso previsto para 02 a 04 de Maio.
Em conferência de imprensa realizada, Sexta-feira, 29, na cidade de São Filipe, ilha do Fogo, o também vice-presidente do PAICV, fez questão de esclarecer que a sua candidatura optou por “não se envolver em nenhuma polémica de secretaria e que não fez nenhuma reclamação, não promoveu qualquer pedido de impugnação, respeitando todas as decisões do Conselho Nacional de Jurisdição e Fiscalização, mesmo quando teve dúvidas fundadas sobre a sua clareza, justeza e cumprimento dos estatutos”.
Nuías Silva afirmou, igualmente, que “queria estar a finalizar esta etapa amanhã (30 de Março) e a festejar o que todos os dias nos contactos com os militantes e com a sociedade cabo-verdiana, no geral, vínhamos sentindo”.
“Resta-nos colocar em primeiro plano o que nos une e aguardamos serenamente as decisões, confiantes de que, mais adiante, estaremos melhor organizados, mais seguros em relação ao que nos tem dividido, que todos os camaradas que fizeram esta caminhada connosco, poderão retomar os seus projectos”, esclareceu.
“Sem mágoas e ressentimentos”
O proponente da candidatura “Mais PAICV por Cabo Verde”, frisou que cabe aos militantes “escolherem sem mágoas e ressentimentos o militante que consideram melhor preparado para dirigir os destinos do PAICV e apresentar propostas que levarão os cabo-verdianos a sonhar, de novo, e a acreditar num Cabo Verde melhor a partir do próximo ano de 2026”
“É a mesma postura que adoptaremos a partir de hoje: dialogar, ouvir, ajudar a esclarecer, a construir pontes de entendimentos, a serenar e apaziguar o clima no interior do PAICV, aguardando, serenamente, as decisões do Tribunal Constitucional e, de seguida, dos órgãos competentes do PAICV”, realçou.
“Não posso deixar de solidarizar-me com todos aqueles que de uma forma ou de outra foram protagonistas ou visados por atitudes e acções que nos conduziram ao desfecho conhecido ontem (28 de Março) e dizer-lhes que quero crer que ninguém quis, intencionalmente, prejudicar o PAICV”, afirmou Silva.
Aos órgãos do PAICV recomendou diálogo esclarecedor com todas as estruturas e militantes, e que todos os recursos existentes nos seus estatutos sejam accionados para que todos os dirigentes consigam sentar-se à volta da mesa, em diálogo.
“Lamentamos, profundamente, o que sucede neste momento. Entretanto, diante dos fatos, a nossa candidatura manifesta-se aberta, disponível para o diálogo na procura de pontes para construir soluções internas, juntamente com os órgãos do partido e as demais candidaturas”, assegurou.
Decisão do Tribunal Constitucional
O Tribunal Constitucional (TC), refira-se, suspendeu, Sexta-feira, 28, o acto eleitoral de Domingo, 30, que deveria eleger o novo líder do partido e os delegados ao Congresso previsto para 02 a 04 de Maio.
Esta decisão surge na sequência de uma impugnação apresentada pelo militante do partido, Jorge Lopes, que chegou a integrar um dos governos liderados por José Maria Neves, alegando que o candidato Francisco Carvalho não reúne condições para se candidatar à liderança do partido.
Além de Nuías Silva, Presidente da Câmara Municipal de São Filipe, também concorrem à liderança do PAICV o presidente da Câmara Municipal da Praia, Francisco Carvalho, o empresário Jorge Spencer Lima e Francisco Pereira, deputado eleito pelo círculo eleitoral da Europa nas listas do PAICV.
C/Inforpress
