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Relatório Económico sobre África alerta para os desafios da resiliência

O Relatório Económico sobre África (ERA) 2025, publicado pela Comissão Económica das Nações Unidas para África (ECA), destaca a necessidade urgente de impulsionar a resiliência económica do continente. Segundo o documento, o crescimento económico africano deverá recuperar gradualmente para 3,8% em 2025 e 4,1% em 2026, impulsionado pelo aumento do consumo privado e pela melhoria do comércio.

No entanto, o relatório alerta que este crescimento ainda está abaixo do necessário para melhorar significativamente os padrões de vida e alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Além disso, a economia africana enfrenta riscos significativos, incluindo tensões globais, conflitos regionais e choques climáticos mais frequentes e severos.

Dívida e desafios económicos

Apesar de uma redução no rácio dívida/PIB de 67,3% em 2023 para 62,1% em 2025, os níveis de endividamento continuam elevados, dificultando investimentos essenciais para o desenvolvimento. O relatório destaca a necessidade de reformar a arquitetura financeira global, uma vez que os custos elevados de empréstimos limitam o crescimento económico da região.

Embora a taxa de pobreza extrema em África esteja a diminuir, o número total de pessoas em situação de pobreza aumentou para 468 milhões, agravado por crises recentes. Além disso, a falta de oportunidades para os 76 milhões de jovens africanos sem emprego, educação ou formação representa um desafio crítico. O relatório enfatiza que investir no desenvolvimento de competências é essencial para o crescimento sustentável do continente.

Mudanças climáticas e comércio intra-africano

O documento também alerta para os impactos das mudanças climáticas, que afetaram mais de 110 milhões de pessoas em 2022 e causaram perdas econômicas superiores a 8,5 mil milhões de dólares. Diante desse cenário, a ECA recomenda que os países africanos acelerem ações climáticas para fortalecer a resiliência econômica.

O relatório aponta a Área de Comércio Livre Continental Africana (AFCFTA) como um fator-chave para reduzir a dependência externa e fortalecer a autossuficiência e o comércio intrarregional. Com a crescente instabilidade das relações comerciais globais, a AFCFTA pode oferecer novas oportunidades para o crescimento sustentável do continente.

Sobre a ECA

Criada em 1958 pelo Conselho Económico e Social das Nações Unidas (ECOSOC), a Comissão Económica das Nações Unidas para África (ECA) visa promover o desenvolvimento económico e social no continente, fomentar a integração regional e incentivar a cooperação internacional. A organização conta com 54 Estados-membros e desempenha um papel estratégico no cenário institucional africano.

Adelise Furtado

*Estagiária

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