Na sequência da rejeição de uma moção de confiança ao governo, o presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, dissolveu a Assembleia da República e marcou eleições para 18 de Maio.
Em mensagem ao país, proferida nesta quinta-feira, 13, Marcelo Rebelo de Sousa alegou que “não havia outro caminho”, sendo esse o parecer unânime do Conselho de Estado, após ter sido instalada uma crise política que levou à demissão do governo da Aliança Democrática (uma coligação entre o PSD e o CDS-PP). Portugal, num espaço de quatro anos, vai a votos pela terceira vez.
Todos os esforços de entendimento se revelaram impossíveis
Na sua comunicação ao país, Marcelo Rebelo de Sousa pediu um “debate claro, digno” nos próximos dois meses, o período que falta para a ida às urnas.
Comentando a crise política que assolou o país, após o envolvimento do primeiro-ministro, Luís Montenegro, em negócios empresarias, no mínimo, pouco claros, Marcelo sublinhou que “todos os esforços de entendimento, mesmo mínimos, se revelaram impossíveis”, e interrogou: “Porquê? Porque para uns, com os factos invocados e os esclarecimentos dados, a confiança ética ou moral era óbvia; para outros, com os mesmos factos invocados e os esclarecimentos dados, a desconfiança moral ou política é que era óbvia”, afirmou o presidente.
Salientando que, entre as posições do governo e da oposição, “o acordo não era possível”, Marcelo Rebelo de Sousa enfatizou que essa divergência de opiniões “não era tanto sobre políticas quanto sobre a confiabilidade, ou seja, a ética da pessoa exercendo a função de primeiro-ministro”.
De referir que a moção de confiança foi a plenário da Assembleia da República na última terça-feira, 11, tendo votado contra o Partido Socialista, o Chega, o Bloco de Esquerda, o Partido Comunista Português, o Livre e a deputada única do Pessoas-Animais–Natureza. A favor estiveram o PSD, o CDS-PP e a Iniciativa Liberal.
AAP
