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Política

Demissão do Ministro Carlos Santos: PM diz que constituição de arguido não significa culpabilidade e condenação

O primeiro-ministro (PM) disse hoje que confia nas “palavras sinceras” de Carlos Santos e nas evidências que ele apresentou relativamente ao caso em que foi envolvido e apelou a que “não se faça julgamento e nem condenação na praça pública”. Ulisses Correia e Silva disse ter aceite o pedido  de demissão de Carlos Santos, mas ressaltou que constituição de arguido não significa culpabilidade e muito menos condenação.

“Perante o processo judicial que envolve o Dr. Carlos Santos, Ministro do Turismo e Transportes, em que é constituído arguido, aceitei o pedido de demissão por ele formulado”, escreveu o Chefe do Governo no Facebook.

Confio nas palavras sinceras do Carlos Santos e nas evidências que ele apresentou relativamente ao caso em que foi envolvido e apelo a que não se faça julgamento e nem condenação na praça pública. A constituição de arguido não significa culpabilidade e muito menos condenação. A justiça será feita nos tribunais”, escrescentou.

Correia e Silva gradeceu ainda a dedicação e a competência com que Carlos Santos desempenhou o exigente cargo de Ministro do Turismo e Transportes, “contribuindo para a retoma e crescimento do turismo pós-pandemia da Covid-19, e para a estabilizacao do setor dos transportes aéreos inter ilhas, que brevemente estará a receber novos aviões”.

Demissão

O Ministro do Turismo e Transportes, Carlos Santos, anunciou esta Quinta-feira, 30, a sua demissão do Governo, após ser constituído arguido por suspeitas de envolvimento num esquema de lavagem de capitais.

Em conferência de imprensa na Cidade da Praia, sem direito a perguntas, Santos manifestou-se “surpreendido e perplexo” com a notificação da Procuradoria da República, que o confrontou com suspeitas relacionadas com uma transação bancária entre 2014 e 2016.

Segundo explicou, aceitou receber 25 mil euros na sua conta em Portugal, a pedido do advogado Amadeu Oliveira, seu amigo de longa data, que não possuía conta bancária no país. O montante, afirmou, era proveniente de honorários e foi devolvido em Cabo Verde conforme combinado.

Santos garantiu ter apresentado provas documentais às autoridades e reforçou a sua inocência, confiando na justiça. No entanto, considerando a gravidade das suspeitas, decidiu colocar o cargo à disposição do Primeiro-Ministro para proteger o seu nome e evitar impacto no Governo.

Geremias S. Furtado

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