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Diáspora

Associação Caboverdeana de Lisboa anuncia combate à violência doméstica

A Associação Caboverdeana de Lisboa manifestou em comunicado “profundo pesar e indignação” pelo recente caso de assassinato de uma mulher cabo-verdiana, ocorrido no passado dia 8 de Janeiro, no Barreiro. A partir desse e outros casos a mais antiga associação de cabo- -verdianos em Portugal pretende realizar iniciativas contra a violência doméstica.

Alcinda Cruz, de 46 anos, foi alegadamente assassinada pelo companheiro, na presença de dois filhos menores, um deles de 14 anos, que ainda terá tentado impedir a agressão. O caso aconteceu no passado dia 8 deste mês, causando consternação entre os cabo-verdianos residente no Barreiro.

Segundo informações divulgadas pela imprensa local, o suspeito, Pedro Antuquia, ausentou-se do local do crime, tendo se apresentado às autoridades duas horas depois. Já o canal CNN Portugal noticiou que Alcinda Cruz já havia registado uma queixa por violência doméstica em 2022. Os filhos menores tiveram que receber apoio psicológico e ficaram sob a guarda de uma tia.

Este episódio soma-se a ouDiáspora Associação Caboverdeana de Lisboa anuncia combate à violência doméstica tro caso, também no Barreiro, quando, em Agosto de 2022, um cabo-verdiano de 31 anos foi acusado de homicídio da companheira grávida de sete meses.

A sucessão de crimes desta natureza com vítimas de origem cabo-verdiana naquela zona da margem sul do Tejo fez com que a Associação Caboverdeana de Lisboa emitisse um comunicado expressando “consternação” e sublinhando a urgência de medidas mais eficazes de prevenção e combate à violência contra as mulheres.

“A Associação Caboverdeana vem por este meio expressar a sua profunda consternação e indignação relativamente aos últimos acontecimentos envolvendo a morte de forma violenta de uma mulher cabo-verdiana, pelas mãos do próprio companheiro, e na presença dos seus filhos”, diz o comunicado chegado à redação do A NAÇÃO.

Esta organização, de carácter sociocultural, lembrou ainda que o seu objectivo principal é “divulgar a cultura caboverdiana e promover a união dos cabo-verdianos na diáspora, mas também contribuir para o desenvolvimento da sua comunidade de forma global”.

O comunicado falou ainda na necessidade de proteção das crianças, testemunhas e, muitas vezes, vítimas diretas de situações de violência no seio familiar. “As consequências de tais atos, para além da perda de uma vida, afetam profundamente toda uma família, principalmente quando envolve crianças. As crianças de hoje serão os adultos de amanhã”, alertou a Associação.

Prosseguindo, a organização sublinhou a prioridade de promover iniciativas que visem à educação e à mudança de mentalidades para combater a violência doméstica: “Estamos convictos que um forte meio de combate a esta situação passa pela educação e mudança de mentalidades de um povo, um país e do mundo”.

Acções futuras

No mesmo documento, a Associação Caboverdeana de Lisboa anuncia a intenção de realizar acções concretas que promovam a discussão e a busca de soluções para apoiar mulheres e famílias cabo- -verdianas, tanto em Portugal como em outras comunidades da diáspora.

“Anunciamos que pretendemos realizar ações que promovam a discussão e procura de soluções, cooperação e parcerias que vão de encontro a ações para apoiar mulheres e famílias caboverdianas na resolução e diminuição de casos de violência doméstica, no país e na diáspora”.

A mais antiga associação de caboverdeanos em Portugal apelou ainda ao apoio e envolvimento de toda a sociedade civil. “A união faz realmente a força, em prol de uma sociedade mais saudável e equilibrada”, escreveu.

Concluindo, a Associação Caboverdeana de Lisboa disse esperar mobilizar as autoridades caboverdianas e portuguesas, além de outras entidades e associações, para haver uma resposta efetiva diante do aumento preocupante de crimes de violência doméstica que vitimam a comunidade cabo-verdiana, dentro e fora de Portugal.

Geremias S. Furtado

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