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Eleições Autárquicas, Legislativas e Presidenciais: Uma pequena reflexão sobre a abstenção que vem aumentado de eleição para eleição

Por: José Miranda

Realmente, é preocupante o descontentamento da grande massa da população, algo que vem aumentando, dia após dia, por causa da má governação do País.

Por vezes, vive-se enganado com base numa gíria popular que diz “quem cala consente”. Mas, faz-se necessário analisar uma outra expressão tradicional que diz “katxor ki ka ta ladra ki ta mordi rixo”.

Sofrimentos e descontentamentos da população

Nós que marchamos entre a população, que ouvimos e falamos com a população testemunhamos os sofrimentos, as angústias e os descontentamentos de  quem e com quem convivemos.

A maior parte da população vive de agropecuária e uma boa parte vive apenas de agricultura, e já vamos no 4º ano de fraca produção agrícola. Também houve 2 anos de fraca produção de pasto.

Os que vivem da pesca também estão com problemas, faltando-lhes, muitas vezes, o pão para a família, pois os seus pequenos e “desarmados” barcos não conseguem fazer frente aos barcos potentes que “invadem” os nossos mares e “chupam” os maiores e melhores peixes.

A grande massa juvenil, mesmo os que com grandes esforços conseguirem fazer formações de capacitação, encontra-se angustiada com tantos problemas sem soluções. 

Uns porque quando o número de vendedores é superior ao dos compradores haverá sempre prejuízos e eles têm compromissos com o fundo que lhes são confiados; os que são “engodados” com pequenos estágios são mal pagos e descontínuos.

Os de “olhos mais abertos” e que pensam no futuro prejuízo do país estão preocupados com a saída dos melhores quadros para fora do País, com o descontentamento dos funcionários dos hospitais que estão sobrecarregados e fazendo horas a mais, por causa da saída dos trabalhadores, sem a devida substituição, entre outras injustiças e, ainda com os professores que vêm denunciando injustiças laborais e não são respondidos, senão com repetidas promessas.

População desapontada

Na minha opinião, uma parte considerável da população vive desapontada e em  profundo desgosto por não ver cumpridas as promessas verbalmente feitas, e prefere não ir às urnas. 

Uma outra parte, “politicamente partidarizada” para não faltar aos compromissos que tenha assumido com o seu partido, e porque a consciência lhe acusa de ir a favor daquilo que está a acontecer, prefere deixar em branco o papel de votos e assim não favorecer nem o seu partido nem o oposto.

Por outro lado, muitos que imigraram, embora constam da lista de recenseados, não votam por estarem ausentes.

Corrigir erros cometidos

Na minha opinião, os partidos devem analisar esta situação e pensar na forma de corrigir os erros cometidos, que a meu ver, têm a ver com as seguintes questões:

. Melhor entendimento entre a situação e a oposições nas Assembleias, por forma a prestarem um melhor serviço à população;

. Maior aposta na diplomacia económica, com vista à mobilização de parceiros, financiadores e grandes investidores externos para a dinamização do sector empresarial e do mercado de trabalho em Cabo Verde. Desta forma, o país estará a criar mais oportunidades de emprego, em vez de, simplesmente, deixar os jovens e os formados saírem do País;

. Os responsáveis do Ministério de Saúde devem sair dos gabinetes e visitar os seus funcionários, em cada setor laboral, em todas as ilhas do País;

. Instruir a população sobre a forma e os espaços convenientes para declarar e manifestar as suas opções, face aos desequilíbrios que regista nas ações do respetivo partido, em vez de ficar calados para, apensas, declarar nas urnas;

Aos que estão em cargos de chefia, lembrar que, segundo os ensinamentos de Cristo, os melhores chefes são aqueles que servem, e não os que procuram ser servidos…

De certo, se mudarem o comportamento e passarem a proceder de forma a que a população se sinta mais dignificada e melhor servida, a abstenção diminuirá ou mesmo poder-se-á pôr um fim à mesma.

Boas Entradas e Próspero Ano Novo.

Muito obrigado. 

29/12/2024

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