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Educação

São Nicolau: Professores do ensino básico e secundário não recebem salários há quatro meses

Professores do ensino básico obrigatório e secundário na ilha de São Nicolau em regime de prestação de serviço não recebem salários há quatro meses. Dois desses docentes ouvidos pela RCV dizem que estão a passar por um” autêntico sufoco” e “psicologicamente afectados” porquanto mal podem dormir à noite, tal é a preocupação com as dívidas que não param de aumentar.

“A situação não está nada fácil. Temos muitos encargos, nomeadamente com a renda, alimentação, água e energia e, nesses quatro meses, temos passado por um grande sufoco. Estamos apenas a desenrascar”, disse, à Rádio de Cabo Verde (RCV) esta Sexta-feira, 17, uma das professoras, oriunda da ilha de São Vicente que, entretanto, pediu para não ser identificada por medo de represálias.

Esta professora relatou à RCV que, além de estar a minimizar ao máximo as suas despesas pessoais que vai suportando com o apoio dos familiares, também não consegue pagar a renda da casa que lhe foi disponibilizada pelo proprietário no pressuposto de que as dívidas seriam liquidadas logo que fosse recebendo os seus salários.

Em declarações, também à RCV, um outro professor, igualmente da ilha de São Vicente, diz que está a encarrar a possibilidade de desistir e regressar à sua ilha natal já que vem dependendo da solidariedade dos familiares, amigos e algumas pessoas da ilha de São Nicolau onde, conforme refere, o custo de vida é elevado.

“Neste momento, estou a depender única e exclusivamente da minha família, que me vai estendendo a mão, e de um colega da casa com o qual partilho as despesas. Se não fosse assim, seria completamente impossível continuar nesta situação”, descrever esse professor, assegurando que, apesar da “carga emocional evidente” e de sentir-se “psicologicamente afectado” continua a exercer as suas funções com dedicação uma vez que os alunos não têm culpa da situação difícil que, tanto ele, comos os demais colegas professores estão a atravessar em São Nicolau.

Situação idêntica na ilhando Sal

Recorde-se que a edição semanal do jornal A Nação de 16 de Janeiro também dá conta de vários professores que chegaram recentemente à ilha do Sal que estão há meses sem receber qualquer pagamento, facto que, conforme dizem, tem levado alguns a suspenderem as suas actividades por falta de condições para trabalhar.

Esta edição semanal do jornal A Nação refere ainda que esta não é a primeira vez que professores na ilha do Sal recorrem à comunicação social para darem conta da situação em que se encontram nestas que é considerada a mais importante ilha turística de Cabo Verde e que por causa disso o seu custo de vida é mais elevado que nas restantes ilhas do arquipélago.

C/RCV

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