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Sociedade

Maioria dos cabo-verdianos pensa em emigrar – diz estudo

Um estudo revelado esta sexta-feira da Afrosondagem sobre a migração revelou que a maioria dos cabo-verdianos, ou seja, 64 % pensa em emigrar.  A procura de emprego é o factor motivador para essa vontade de emigração.

Conforme avança a Inforpress, os dados deste estudo foram avançados à imprensa no âmbito do 10º inquérito da Afrobarometer/Afrosondagem sobre a qualidade da democracia e da governação em Cabo Verde.

José Semedo, director geral da Afrosondagem, explicou que esta percentagem é superior à de 2017, relativamente ao período anterior à crise provocada pela pandemia da COVID-19, em que cerca de 57% dos cabo-verdianos manifestaram o desejo de emigrar.

O estudo realizado entre os meses de Agosto e Setembro deste ano revelou ainda que diminuiu a proporção daqueles que disseram que nunca iriam emigrar, passando de 46% para 30%.

Procura de emprego na base da emigração

 A razão principal que leva os cabo-verdianos a quererem emigrar é sobretudo a procura de emprego. “Também temos dados interessantes que têm a ver com a população jovem. Cerca de 76% dos jovens ponderam emigrar, e também essa saga de emigração apanha todas as faixas etárias, mas também apanha pessoas de todos os níveis de educação” disse esse especialista.

O estudo revela ainda que cerca de 76% de pessoas com nível secundário dizem que de alguma forma pretendem emigrar, sendo que 65% pessoas com nível superior também manifestaram intenção de sair do país.

“Há um outro aspecto interessante a destacar. No conjunto de 24 países africanos nós fizemos essas questões, e Cabo Verde surge na terceira posição, ou seja, é o terceiro país com a maior proporção de cidadãos que dizem, de alguma forma, ou muito, que pretendem emigrar”, sublinhou.

E os países tradicionais de emigração são os europeus, nomeadamente, Portugal, França, Espanha, Suíça e Luxemburgo, com cerca de 60%, seguidos dos Estados Unidos 28%.

Acolhimento de imigrantes divide opiniões

Relativamente à imigração, os cabo-verdianos ao serem questionados se o país deve acolher o mesmo número de imigrantes que vêm procurar o país para trabalhar, as opiniões dividem-se, segundo a Afrosondagem.

Ou seja, cerca de 34% afirmaram que o arquipélago deve ter menos imigrantes à procura de emprego, contra 25% que dizem que deve ter mais, e 16% que consideram que deve ter o mesmo número.

“Nós somos um país com propensão para a emigração, mas também, de certa forma, nós temos algum receio em receber os imigrantes”, explicou.

Sobre a emigração dos jovens nos últimos dois anos, 27% considera que houve uma emigração em massa e a maioria, cerca de 67%, considera que a saída por parte dos jovens é benéfica para os países da Europa e dos Estados Unidos.

O estudo abrangeu 1.200 indivíduos nas ilhas Santiago, Santo Antão, São Vicente e Fogo, que representam mais de 85% da população cabo-verdiana, e tem margem de erro de 3% para um intervalo de confiança de 95%.

C/Inforpress

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