Por: José Pereira Miranda
Senhores governantes do país, Excelências
Senhores deputados nacionais, Excelências
Senhores líderes dos partidos políticos, Excelências
Senhores candidatos independentes às Eleições Autárquicas, Excelências
Caros concidadãos e concidadãs, Excelências
Para iniciar, felicito a todos os candidatos que ganharam as eleições, desejando-lhes bons sucessos nas suas governações. Aos que perderam encorajo a não se desanimarem e nem desistirem de se preparar para se candidatar nas próximas eleições, em 2028. “Água mole em pedra dura tanto bate até que a fura”.
O que vou dizer será apenas uma opinião, mas poderá ser útil para a preparação das novas eleições, sobretudo as Legislativas e Presidenciais que se aproximam, pelo que espero que seja considerado.
Eu não sou analista, nem conselheiro e nem tão pouco membro de partidos políticos, mas sou um cidadão atento ao que se passa no País e que gosta de opinar, como forma de dar o seu contributo para que tudo ocorra na normalidade e com resultados satisfatórios.
Na minha opinião, o resultado das eleições de um de Dezembro corrente não é mais nem menos do que um alerta (chamada de atenção) de que o povo cabo-verdiano, e não só, está atento e sabe analisar as realizações em cada mandato governamental, e sabe premiar as boas e reprimir as menos boas governações no País.
Os resultados obtidos nestas últimas eleições foram uma surpresa, tanto para os que ganharam como, e muito mais, para os que perderam. Há quem queira acusar que houve compras de votos. Quanto a mim, nada disso ocorreu e, havendo, não foi suficiente para determinar tais resultados.
Na minha opinião, os resultados das eleições de domingo, tão alarmante para quem perdeu e tão surpreendente para quem ganhou, derivam e refletem, sobretudo, o descontentamento das populações e relação a uma série de fatores, nomeadamente, as relações entre a governação central e as governações locais, que não foram da forma correta; os desprestígios verbais entre os membros partidários, quase sempre chocantes; os desprezos pelas opiniões opostas no Parlamento; as constantes desuniões entre os membros dos partidos políticos; alguns procedimentos inesperados por parte de certos membros partidários e, sobretudo, a falta de visão e de eficácia na governação dos autarcas, face às necessidades mais prementes da população/ eleitorado.
Muitas vezes, os autarcas, agarrados “aos seus”, esquecem-se de sair dos gabinetes para viverem e inteirarem-se, de perto e no terreno, das preocupações e necessidades dos seus eleitores, que não são poucos… Entretanto, o povo que vive calado, embora angustiado, por vezes necessita mais do diálogo do que das “fatiazinhas” que uma vez a outra lhe são ofertadas.
Sirva esta opinião para a preparação das novas eleições futuras. Muito obrigado