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§ CONCEITO de POESIA na sua vera ASSUNÇÃO: §

Por: Francisco Fragoso

A POESIA

 é tanto mais difícil a definir pois que ela recobre uma prática muito

diversificada, mais que um género particular!

Todavia, outro tanto como a sua diversidade, acerta a sua universalidade,

 que convida a pesquisar, para além das suas múltiplas variantes linguísticas

 e históricas, os critérios constantes que a distinguem de outras práticas literárias. A forma versificada constituiu durante muito tempo a característica maior da poesia. Uma evolução recente, e aliás, limitada a determinadas áreas culturais, tende a dissociá-la do verso! Eis porque convém, todavia interpelar, 

 em primeiro lugar este (o verso), para tentar reapoderar-se da função e da estrutura profunda, que não cauciona unicamente a forma do poema, sim, efetivamente o modo do qual ele informa a experiência humana!

Descobrirá nele, então a coexistência de dois princípios de organização, contraditórios e complementares, a saber:

– – um princípio de ruptura, que faz do verso uma sequência interrompida por um branco ou um silêncio, e um “princípio de equivalência” (Roman Jakobson), que estrutura a unidade superior (estrofe ou poema de forma fixa) pela recorrência de metros, cortes 

e/ou de sonoridades idênticas!

Esta regularidade exerceu durante muito tempo, uma influência preponderante no atinente ao funcionamento da significação poética, 

na construção do sujeito lírico e sobre a sua visão do mundo, dominados 

pela analogia!

O questionamento da versificação tradicional derrubou o equilíbrio entre estes princípios concorrentes: na poesia moderna, a descontinuidade prevalece amiúde sobre a regularidade, e repercute a todos os níveis da forma e da significação poéticas, doravante colocadas sob o signo da dissonância e da diferença. 

A procura sistemática das rupturas quebra as correspondências que

 a tradição estabelecia entre o Eu, o mundo e os vocábulos/sintagmas! 

As vanguardas dissociaram, frequentemente estes três termos da experiência poética para colocar um único de entre eles no cerne das suas experimentações! 

A história recente da poesia foi, destarte marcada pelas tentativas ou

 as tentações rivais do expressionismo, do objectivismo e do literalismo, que foram a fonte de múltiplas inovações, entretanto, por vezes comprometeram a comunicação, conquanto o contraste assuma, presentemente (acertando, em numerosos países), entre a vitalidade e

 a inventividade das produções poéticas e a redução progressiva da sua audiência junto do público e da sua influência na vida cultural, artística

 e intelectual. Face à esta situação preocupante, a comunicação poética assume, sem dúvida, como algo à reinventar! . . .

EM TEMPO OPORTUNO:

ROMAN JAKOBSON (1896-1952):

 Roman Osipovich Jakobson: foi um pensador russo! É considerado 

um dos importantes linguistas do século XX pretérito, e um pioneiro

 da análise estrutural da Linguagem, da Poesia e da Arte!

Feito em BROCKTON/BOSTON (USA),

Na data de 15 Novembro 2024

*MÉDICO & HUMANISTA

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