A presidente da Associação das Famílias e Amigos das Crianças com Paralisia Cerebral (Acarinhar) Teresa Mascarenhas defende que a inclusão não é uma responsabilidade exclusivamente das famílias com crianças com deficiência, mas que ela exige a participação de todos.
Estas declarações foram feitas à margem das actividades comemorativas do Dia Internacional das pessoas com Deficiência, assinalado hoje, que tiveram como palco o Centro de Acolhimento Ninho do Amor, no município de Santa Cruz (Santiago).
Construção de uma sociedade mais inclusiva
“A responsabilidade da inclusão não é só da competência das famílias, das organizações não governamentais (ONG) que trabalham nesta área, do Governo e das câmaras municipais. A Inclusão é uma responsabilidade de todos e de cada um, porque cada um de nós em qualquer momento e fase da nossa vida podemos contrair uma deficiência”, afirmou Teresa Mascarenhas.
Nesse sentido, aproveitou a efeméride para mais uma vez apelar à junção de esforços de todos, para que se tenha uma sociedade mais inclusiva, que, segundo ela, também exige a participação das escolas e empresas.
Mães são incentivadas a continuar o apoio aos filhos com deficiência
Dirigindo-se às famílias, sobretudo mães, pediu-lhes para continuarem a apoiar os seus filhos com deficiência ou com necessidades especiais e para não os esconderem por estes serem especiais.
Por outro lado, a presidente da Acarinhar disse que tendo em conta que normalmente toda a responsabilidade de um filho com deficiência recai sobre as mães e que se nota “uma ausência total” dos pais, pediu-lhes para assumirem as suas responsabilidades, sobretudo financeiras.
É que, segundo ela, a falta de apoio dificulta o acesso dessas crianças a direitos básicos, como educação, saúde e lazer.
Responsabilidade dos pais
“Apelamos a todos os homens que são pais de uma criança com necessidade especial para assumirem as suas responsabilidades e para dar-lhes uma atenção especial e para não deixarem toda a responsabilidade nas costas das mães”, apelou.
“Não é porque uma pessoa tem deficiência que ela é inválida. Ela tem muitas coisas úteis, muitas potencialidades que podem ser estimuladas, aproveitadas e cativadas”, acrescentou, insistindo que pequenos gestos de todos podem ter grande impacto na vida das pessoas com deficiência.
Teresa Mascarenhas reforçou ainda a necessidade de políticas públicas mais eficazes para garantir a acessibilidade e a igualdade de oportunidades para todos, visando quebrar barreiras físicas, psicológicas e discriminações.