As eleições autárquicas em São Vicente foram marcadas por uma vitória do Movimento para a Democracia (MpD), liderado por Augusto Neves, que, apesar de não conseguir a maioria absoluta, expressou satisfação com os resultados.
O MpD obteve 41,3% dos votos, seguido pelo Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) com 26,4% e a União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID) com 24,6%1.
UCID acusa Neves de ligações duvidosas ao narcotráfico
No entanto, o clima eleitoral foi intensamente polarizado devido às graves acusações feitas por António Monteiro, candidato da UCID.
Monteiro acusou Augusto Neves de manter relações duvidosas com o narcotráfico, alegando que tais ligações comprometem a integridade da gestão municipal.
Estas acusações foram veementemente negadas por Neves, que as classificou como tentativas de desviar a atenção da sua incapacidade de gestão.
Declarações dos candidatos
Além das acusações, todos os candidatos fizeram declarações importantes após o escrutínio.
António Duarte, do PAICV, destacou o crescimento do seu partido e prometeu continuar a lutar por uma governação mais transparente e inclusiva.
Nelson Lopes, do Soncent Katem Parada, e Carlos Araújo, do Movimento Autónomo Sãovicentino (MAS), também expressaram suas visões para o futuro da ilha, enfatizando a necessidade de projetos que promovam o desenvolvimento sustentável e a inclusão social.
A abstenção foi um factor significativo nestas eleições, com 50,4% dos eleitores a não comparecerem às urnas nesta ilha, à semelhança do que se passou em quase todo o arquipélago, o que representa um desafio adicional para a legitimidade e representatividade dos resultados.
As eleições autárquicas em São Vicente não só definiram a composição da câmara municipal, mas também trouxeram à tona questões críticas sobre a integridade e a transparência na política local.
As próximas semanas serão cruciais para observar como estas dinâmicas se desenrolam e quais medidas serão tomadas para responder às acusações e promover uma governação mais eficaz e justa.
João A. Rosário