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Sociedade

Osvaldo Osório, o poeta do cântico do habitante, morreu 

Morreu esta quinta-feira, na cidade da Praia, o escritor Osvaldo Osório, aos 86 anos. Autor de vários livros, a maior parte de poesia, Osório encontrava-se doente há já algum tempo. Deixa uma obra que o coloca entre os mais importantes nomes da literatura cabo-verdiana.

Da geração de Seló, juntamente com Arménio Vieira e Mário Fonseca, revelados em 1962 nas páginas do então jornal Notícias de Cabo Verde, em São Vicente, Osvaldo Alcântara Medina Custódio era natural do Mindelo e tido como um dos inovadores da poesia cabo-verdiana pós-revista Claridade.

Radicado há mais de 50 anos na cidade da Praia, morador no bairro Craveiro Lopes, onde ser conhecido por todos como “Senhor Vavá”, a morte de Osvaldo Osório está a ser lamentada por vários quadrantes da sociedade cabo-verdiana.

O extinto começou por ser empregado de comércio, em São Vicente, tendo sido preso pela PIDE por causa da sua militância nacionalista pelo PAIGC.

Depois da independência de Cabo Verde, em 1975, trabalhou nos primeiros núcleos do sindicalismo cabo-verdiano, e depois no Ministério da Educação e Cultura, no antigo Instituto Cabo-verdiano do Livro (ICL), além de revisor do jornal Voz di Povo.

‘Caboverdeanamente Construção Meu Amor’ foi a sua obra de estreia, em 1975, e dois anos depois surge ‘Cântico do habitante, Precedido de Duas Gestas’, ambos no género poesia. Seguiram-se depois vários outros títulos, entre os quais, “Clar(a)idade assombrada”, também poesia.

Fora isso, Osório fez várias outras incursões literárias, nomeadamente nos campos da ficção (contos e romance), investigação etno-cultural e ensaísmo literário, neste caso, sobre a poesia de Amílcar Cabral.

Em 2013, já com 70 anos e com perda acentuada da visão, dá à estampa mais um livro de poemas, ‘A Sexagésima Sétima Curvatura’. Depois disso seguiram-se “As Ilhas do Meio do Mundo” (romance) e ainda “Teresias” e “Terasias II”. Antes, em 2003, publicara o seu único livro de contos, “Nimores e Clara…”

Na poesia, principalmente, Osvaldo Osório é tido como um dos “renovadores” desse género, juntamente com Arménio Vieira, Mário Fonseca e João Vário.

Informações chegadas ao A NAÇÃO dizem que o corpo de Osvaldo Osório, que deixa filhos e netos, sairá às 15h30 desta quinta-feira, da Igreja Nazareno, no Platô, para o cemitério da Várzea.

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