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Santiago

Demolição de edifício na Quebra Canela: “Provedor da Praia” diz ser alvo de ameaça por parte do dono da obra

João Benício, responsável pela página “Provedor da Praia”, na qual vem denunciando várias situações que não abonam para a boa imagem da capital do país, diz-se alvo de uma “ameaça velada”. Que alegadamente o ameaçou é o proprietário de um edifício em construção na Quebra Canela. A ameaça surgiu logo após a ordem de demolição do terceiro piso que estava a ser construído sem licenciamento para o efeito.

João Benício

João Benício, o “Provedor da Praia”, diz que, a propósito da referida obra, recebeu uma ameaça velada de um cidadão cabo-verdiano, que reside entre Paris e Praia, depois de, na última sexta-feira, 11, as autoridades municipais terem ordenado a demolição do terceiro piso de um edifício em construção na Quebra Canela. 

Segundo João Benício, a página que administra no Facebook já tinha denunciado a “aberração”, um edifício de três pisos na Quebra Canela, “num local onde não se deveria conceder lotes para a construção”. Contudo, para o espanto de todos, um espaço que, inicialmente, era destinado a uma área de lazer, se transformou num “monstro” com uma cave e mais três pisos, completamente desenquadrado, em termos arquitetónicos, com os restaurantes e bares construídos naquela zona. 

Perante a indignação dos frequentadores da Quebra Canela e das áreas circundantes, a Câmara Municipal da Praia (CMP) não teve outra alternativa: mandou demolir o terceiro piso do edifício, que não constava do projecto aprovado pelo Gabinete Técnico da edilidade.   

“Essa obra que surgiu nas imediações do Alkimist e defronte ao restaurante Roma, foi uma surpresa para mim e para muitos praienses que se preocupam com o desenvolvimento sustentável da cidade da Praia”, afirma João Benício, acrescentando que, para além da zona ocupada pelos restaurantes e bares, Quebra Canela teria uma zona livre e aberta onde as pessoas pudessem desfrutar de um ambiente desanuviado, principalmente por parte daqueles que procuram esse espaço para a sua caminhada matinal e vespertina.

“Felizmente o terceiro piso foi demolido, mas, para mim e outros munícipes, onde construiriam aquele edifício deveria ser um lugar livre. Confrontamos a Câmara com este caso, ela justificou com o facto de ser uma situação que encontrou da anterior equipa camarária”. 

O “Provedor da Praia” lamenta ainda o facto de ter sido informado que toda a zona circundante à Quebra Canela já foi loteada e que novas construções surgirão em breve. 

“Cada dia surge uma surpresa! Se se reparar, há dias surgiu uma nova construção ao lado do restaurante Bússola, onde poderia ser construído um excelente miradouro. E ao lado da construção onde o terceiro piso foi demolido vão surgir três novos edifícios”, sublinhou. 

João Benício considera que a CMP deve tomar medidas drásticas para evitar novas construções nas imediações da Quebra Canela. “Se as pessoas adquiriram os terrenos, nessa zona, a Câmara, em nome do interesse público, deve reaver os terrenos mediante uma indeminização. E pode, sempre em nome do interesse público, mandar demolir edifícios que não se enquadrem dentro dos parâmetros paisagísticos daquela zona nobre da capital”. 

Para o efeito, segundo este “influenciador”, a CMP deveria inscrever no seu orçamento uma rúbrica indemnizatória para tentar travar e colmatar as “aberrações” que “dizem ter encontrado da anterior equipa camarária”. 

Dany Mendes

Visado diz que ameaça é invenção

Sobre a ameaça que diz tersido alvo por parte do proprietário do edifício, logo após a demolição do terceiro piso, que estava em fase de construção, João Benício diz que foi feita em privado, através de uma mensagem no Messenger, “onde diz que sabe que eu que sou o culpado pela demolição” e que “vamos ajustar as contas”.   

O “Provedor da Praia” salienta que, apesar de ter feito uma denúncia pública, vai accionar as instâncias próprias, porquanto, “se alguma coisa acontecer comigo, todo as autoridades ficarão a saber que se trata de um empresário que reside entre Paris e Praia e que está ligado a negócios de diversão nocturna”.   

Dono do edifício diz que ameaça é “pura invenção”

Contactado pelo A NAÇÃO, Dany Mendes, proprietário do edifício na Quebra Canela, cujo terceiro piso foi demolido pela Câmara da Praia, nega ter interagido com o administrador da página “Provedor da Praia” e rejeita qualquer tipo de ameaça a João Benício. “É pura invenção”.

“Ele pode apresentar queixa onde bem entender, porquanto está a inventar factos. Nunca falei com ele e não o conheço de nenhum lado”, afirmou o empresário, sublinhando que o “Provedor da Praia” terá que ser responsabilizado por expor o seu edifício nas redes sociais sem o seu consentimento. Como diz, está-se perante uma estratégia de “estragar” a sua imagem e de tentar prejudicar o seu negócio.  

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