O registo histórico aconteceu na madrugada do dia 20 de junho de 2024, numa das praias da localidade de Morro. O espécime de 66 cm de comprimento e 58 cm de largura depositou 131 ovos num único ninho. O registo foi feito pela ONG Fundação Maio Biodiversidade (FMB).
Segundo a Fundação Maio Biodiversidade, o registo histórico pode significar o início de uma possível alteração na sua área de desova, possivelmente causada pelas variações nas condições climáticas globais, como o aquecimento do ar e do oceano, bem como a alteração das correntes marinhas.
“As alterações climáticas estão a forçar muitas espécies a adaptarem-se e a modificar os seus locais de alimentação e reprodução. Esses deslocamentos podem sinalizar a busca por condições mais favoráveis para a reprodução e a sobrevivência das crias”, explica Juan Patiño, Coordenador científico da FMB.
131 ovos num único ninho
A tartaruga-oliva, apesar de ser uma das menores espécies de tartarugas marinhas, destaca-se pela grande quantidade de ovos que deposita em cada ninho.
A tartaruga-oliva do Maio depositou 131 ovos num único ninho, superando a média de 80 ovos por ninho que costuma ser registada pela tartaruga-comum (Caretta caretta).
Ainda de acordo com a associação, a descoberta reforça a relevância dos esforços de conservação e monitorização realizados na Ilha do Maio e sublinha, ainda, o papel fundamental das equipas locais na recolha de dados que contribuem para a proteção destas espécies vulneráveis.