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Da egrégia Estatura Ideológica & Humanista de Amílcar CABRAL

Por: Francisco FRAGOSO/KWAME KONDÉ (Médico/Guerrilheiro, Humanista e Intelectual Internacionalista)

 

Da egrégia Estatura Ideológica & Humanista de Amílcar CABRAL:

Eis-nos ante um exemplo ímpar de um egrégio Génio:

Um Símbolo e uma Referência para toda a Humanidade!

ESTUDO ensaístico primeiro

 

“Ser culto es el único modo de ser libre”: José MARTÍ (1853-1895).

— – – – – – – – –

                              Sin, hnton nun Noti

                              Londji na tenpo di Lisboa

                                            Talbés tristi

                                                           Talbés kontenti

                              Kenti hn ta rakorda rakordado

 

                                             Kanto di Tchim Tabari

                                             Ta pari bo tera, nôs PAÍS

                                             Ko fórceps di tenporal

 

                                             KABRAL

                                                           HOMI D’AFRIKA

                                                                          HOMEM AFRICANO

                                                                                         L’HOMME D’AFRIQUE

                                                                                                                      AFRICAN MAN!

 

KWAME KONDÉ

 

 

 

 

À guisa de NP:

O Progresso histórico da Humanidade e o empenhamento pessoal quotidiano são sustentados por uma implícita confiança no sentido global da Vida Humana e de toda a realidade. Essa Confiança é necessária para agir, no entanto, não parece justificada sem um vero e  robusto fundamento assertiva e assumidamente transcendente!

  • § Eis-nos ante a vera dinâmica do Humanismo,

na sua assunção mais nobre e genuína! §§

Foi, com efeito,

Esteando no sacro húmus deste Humanismo quão hercúleo  e assaz robusto que Amílcar Cabral edificou com  determinação todo o seu egrégio Magistério ideológico e nos transmitiu a todos quantos tiveram a oportunidade e o ensejo de o acompanhar, de alma e coração, nesta nobre saga como vero guerrilheiro e humanista assumido cujo corolário foi a derrota do amargo fel do imperialismo e, por extensão óbvia, do satânico germe da exploração do homem pelo homem.

  • §Eis, sim, efetivamente: Um feito assaz relevante e sumamente HISTÓRICO!§§

 

– – – * * * – – –

               E, para Principiar de modo assertivo e eloquente este ESTUDO:

 

  1. No longínquo ano de 1924, ou seja 29 anos após o passamento de José MARTÍ, nasce AMÍLCAR CABRAL, um dos mais lídimos continuadores do robusto Magistério de MARTÍ simbolizado na sua histórica asserção/sentença: “ser culto es el único modo de ser libre”, que CABRAL concretizou na árdua prática da luta de Libertação Nacional, assumindo o seu conteúdo de Verdade, que lapidou, de modo, assaz significativo: “A luta de Libertação Nacional é um Ato de Cultura”!
  2. Outrossim e, ainda, no atinente à Língua Portuguesa, no seu lúcido texto: “Sobre a Língua Portuguesa” CABRAL exarou, de modo magistral: “Temos que ter um sentido real da nossa cultura. O português (língua) é uma das melhores coisas que os “tugas” nos deixaram, porque a língua, não é a prova de nada mais, senão um instrumento para os homens se relacionarem uns com os outros, é um instrumento, um meio para falar, para exprimir as realidades da vida e do mundo.”
  3. E, quiçá, em jeito de remate assertivo: “Se queremos levar para

frente o nosso povo, durante muito tempo ainda, para escrevermos, para avançarmos na Ciência, a nossa língua tem que, ser o português.”

  1. Foi, na verdade, bebendo, assertivamente, a essência deste nobre e significativo Magistério, eloquentemente testado numa pragmática coerente, que o elenco mais esclarecido dos capitães de Abril conduziu, com êxito, a “famigerada” Revolução dos cravos conducente ao 25 de Abril 1974, em Portugal. Sim! contra factos não há argumentos, pois que os factos falam e cantam por si!
  2. Eis a História, falando, de modo magistral por si própria!

No Cerne do Magistério poético e

revolucionário de Amílcar CABRAL:

 

Ser culto es el único modo de ser libre

José MARTÍ (1853-1895)

 

A Luta de Libertação, que é a expressão, mais complexa do  vigor cultural do Povo, da sua identidade e da sua dignidade, enriquecem a cultura e abre-lhes novas perspectivas de desenvolvimento. As manifestações culturais adquirem novo conteúdo e novas formas, para serem um instrumento poderoso de informação e de formação política, não só na luta pela independência, mas também na batalha maior pelo progresso”.

Amílcar CABRAL

 

O autor, africano de raça, filho de Cabo Verde, sem recursos literários que lhe permitam o triunfo, batido pelas vagas de infortúnio atroz, considera-se na posição de simples “recruta” entre os escritores que, garbosamente, enfileiram na ala brilhante dos profissionais da pena”. (…).

Juvenal CABRAL, IN “Memórias e Reflexões” (1947, Praia, Cabo Verde).

 

          “Cabral était non seulement un homme de culture, mais encore un homme de lucidité e de mesure : Un métis au sens le plus noble du mot. Il savait et il disait que la vérité n’était d’abord donnée : qu’elle naissait du dialogue, c’est-à-dire de la confrontation, mieux de la symbiose, entre des idées et des thèses opposées. »

          « Entre la culture et la politique, la poésie et la science, la théorie et l’action, le combat pour la décolonisation et la lute pour la civilisation de l’Universel, il avait choisit de ne pas choisir. Je veux dire qu’il avait choisi la symbiose vivante, dynamique, créatrice entre les deux formes d’activité. »

LEOPOLD SÉDAR SENGHOR (1906-2001)

 

NÃO POESIA

 

… Não, poesia :

Não te escondas nas grutas do meu ser,

Não fujas à vida.

Quebra as grades invisíveis da minha prisão

Abre de par em par as portas do meu ser

— e sai…

Sai para a luta (a vida é luta).

Os Homens lá fora chamam por ti,

e tu, Poesia, és também um Homem.

Ama as Poesias de todo o Mundo,

— ama os Homens

Solta teus poemas para todas as raças,

para todas as coisas.

Confunde teu corpo com todos os corpos do Mundo,

confunde-te comigo…

Vai, Poesia:

dá-me os teus braços para que abrace a Vida.

A minha poesia sou eu.

Amílcar CABRAL (1946).

Neste Poema (datado de 1946), Amílcar CABRAL faz-nos viver

e compreender (simultaneamente), a simbiose entre o ser e a poesia.

Com efeito, neste Poema (em concreto), o vocábulo poesia assume o seu sentido etimológico, grego, de criação. O que não impede, os poemas de Cabral, assumir e preservar todas as características da Poesia negro africana, em que as imagens simbólicas e o ritmo vivo feito de reiterações que não se repetem, se arvoram (exuberantemente).

Eis (por conseguinte): O que a cultura traz à ação política do desenvolvimento. Ou seja: O compromisso total do ser na Vida ativa, espírito, corpo e alma.

Enfim e, em suma:

O corolário (natural e lógico) dessa Premissa Primordial Cultural, só podia ser (efetivamente): A rejeição veemente da política de assimilação, mesmo quando (esta), assume a forma de uma “civilização luso tropical”. O que significa (por motivos e razões óbvios), que o movimento de Libertação Nacional (tendo, uma vez rejeitado a assimilação passiva) deve trabalhar (afincadamente), na “re-africanização” (na acepção nobre) dos espíritos, como (outrossim) e (sobretudo) dos corações.

Deste modo, impõe-se (por isso), proceder (metódica e cientificamente), fazendo o inventário dos principais valores da Civilização negro africana, em todos os seus domínios para partir, em bases (seguras e robustas) para a luta, que se pretende e se deseja, que termina, num êxito total e prenhe de futuro.

Antes de mais, devemos (sublinhar), a relevante coerência da Teoria de Cabral (tanto como), o seu elevado humanismo. Para (ele), estar enraizado nos valores culturais da África negra significa (identicamente), assumir (em concreto e, sobretudo), os valores, que são (efetivamente), positivos desta civilização milenária, pois que (evidentemente), oriundos do Continente Berço da Humanidade, que é (efetivamente), a nossa África Mãe.

E, deste modo (em contrapartida), enraizados (solidamente, nos profundos arcanos dos referidos valores), deve-se abrir a demais outros valores (complementares, porquanto fecundantes) do outro (designadamente): da Europa (e, não só), valores enformadores do Socialismo científico.

Eis-nos (então, em complemento natural), ante a Segunda premissa da Teoria de Libertação nacional, tão relevante como a Primeira, pois que, se esteando, nos doutos ensinamentos de Lenine, cujo acento tónico, incide, na universal noção, que (sempre) considerou, o Homem: como o valor supremo do Universo.

Um “ser” quer (se trate, de um Homem, de uma Obra ou de um Género literário), por mais original que seja, jamais surge (ex nhilo). Sim

(efetivamente): É preparado, condicionado e (finalmente) permitido por (um certo e determinado) contexto histórico sociológico, cujo conhecimento serve para (elucidar adequadamente), a sua essência (primordial), tornando-o permeável (e, identicamente) fazer dele sobressair (melhor):

A Insuperável Novidade, refletindo, avisadamente na esteira e peugada de GEORGE LUKACS (1885-1971).

 

Amílcar CABRAL era (com efeito), um dos (maiores homens de Estado) Africanos, da sua época:

Pela sua cultura;

Pela sua Inteligência,

                    pela sua coragem

 

                        E pelo seu nobre sentido do Humano!

 

 

§ EU, AMÍLCAR CABRAL

       Sou um simples AFRICANO,

   Cumprindo o meu dever

  No meu próprio País

          No contexto do meu tempo! §§

 

De feito, CABRAL era (por conseguinte): um Homem de elevada cultura: (Un vrai doux Rêveur!). Não (só e apenas), efetuou Estudos universitários superiores (científicos e técnicos), como (os) prolongara (aplicados na Investigação), tendo apresentado já (e de modo consequente), a conclusão: que não poderia haver Desenvolvimento (para além do crescimento económico), sem educação técnica e profissional.

De sublinhar (com ênfase), o facto, que (neste caso concreto): O Homem de Cultura supera as ciências e as técnicas profissionais, para conhecer o histórico e a finalidade numa Sociedade, numa civilização humana, visto que a Cultura nada é de outro que o espírito de Civilização outorgada e assumida. Eis porque, Cabral (vinculadamente) à sua profissão, tinha, desde os seus anos de Estudante Universitário, em Lisboa (Portugal), ideias claras sobre os outros domínios do pensamento e da atividade humanos. Foi (deste modo), que adquirira uma formação (não unicamente política), como (outrossim e, ainda), literária (com ênfase), para a Poética.

CABRAL era dotado de uma Inteligência (concomitantemente), lúcida e prática, que sustentava uma coragem (sem lacunas). São estas duas egrégias virtudes, que aplicadas (avisadamente) à problemática da descolonização, permitiram a Cabral, afirmar-se, no âmbito dos Países (soit disant, lusófonos), como o Guia indiscutível dos movimentos de Libertação nacional.

Foi (assim), que, na OUA falou (várias vezes), em nome de todos estes movimentos. E sabe-se que foi (identicamente) o seu porta-voz perante a ONU e os seus Organismos especializados.

Enfim, se impõe, afirmar, que foi (na qualidade) de Homem de Cultura, que elaborou (permanecendo na ação prática), a sua Teoria Política. Estamos (obviamente), a referir, a sua histórica “Teoria da Libertação nacional” que dizia respeito a homens colonizados (ou seja: alienados), que (por isso mesmo), se impunha libertá-los do jugo colonial para os tornar mais prósperos, melhores (e, por conseguinte), mais felizes.

E vale a pena (antes de mais), sublinhar, que a premissa primordial desta Teoria assenta na Ideia, que o Homem se encontra no princípio do Desenvolvimento, como agente ativo deste e tem o seu fim, como desígnio derradeiro.

Donde e daí, o Homem (leia-se, neste caso, em concreto,

 o Homem como a assunção natural da Cultura): O que significa,  entretanto, que (não se deve olvidar), outrossim e, ainda, que a Cultura é (outrossim) e sobretudo (exprimindo, mais ativamente):

A própria Simbiose do Ser e da Poesia.

E, finalmente, como Remate assertivo, temos (então) que:

(1) Amílcar Cabral tinha uma teoria e uma prática coerentes oriundas dos egrégios Ensinamentos da Revolução socialista (encarada esta na sua assunção mais nobre e genuína).

(2) De sublinhar (identicamente, que (nele), a Teoria e a Prática, estavam enraizadas, nos valores (mais nobres), da Civilização do mundo Negro, assumidos, num novo Humanismo, até se estender (nunca jamais), no colonialismo, mas sim (efetivamente), no Povo português, reconhecido, como um Povo irmão (ele também), submetido às pressões de um capitalismo bastante desumano, que se impunha (ipso facto), combater, sem tréguas.

Em última análise (e, em definitivo), AMÍLCAR CABRAL sonhava (identicamente), após a derrota e derrube respectivo deste capitalismo, com a edificação de uma Civilização PAN-HUMANA, em que cada Continente, cada raça, cada Nação contribuiriam (de modo, dialecticamente, consequente), nessa edificação Humana, com os seus elevados e egrégios valores culturais (sumamente), insubstituíveis.

Em tempo: Eis os títulos dos poemas da lavra de Amílcar Cabral

Repertoriados pelo Professor Gerald M. MOSER (1915-2005):

— Para ti, Mãe Iva

— Eu lembro-me ainda dos tempos antigos

— Segue o teu rumo Irmão

— EVOLUÇÃO CONCEITUAL E REAL;

— O ADEUS À TAPADA;

— ILHA;

— REGRESSO;

— “NO FUNDO DE MIM MESMO”;

— QUEM É QUE NÃO SE LEMBRA;

— … NÃO, POESIA;

— “ROSA”

— “EU SOU TUDO E SOU NADA…”.

E, já agora e como complemento elucidativo vale a pena

asseverar algo acerca da veia poética de Amílcar CABRAL:

  • “No vigor dos doze juvenis poemas que vieram à luz das publicações dos novos achados de Mário de Andrade, Cabral dificilmente pode ser chamado um grande ou mesmo um poeta-artesão. Ele merece, contudo, ser conhecido como um dos vários líderes africanos contemporâneos com veia poética: Senghor, no Senegal, Marcelino dos Santos em Moçambique, Neto em Angola e Lumumba no Zaire. Estes egrégios valores dão provas de que a pena do poeta pode ser manejada pelas mesmas mãos que empunham a espingarda do revolucionário: Destarte, nos dias da Renascença outros homens ora tomaram a espada, ora se serviram da pena”, Professor Gerald MOSER in Amílcar Cabral, poeta (1978).
  • “coisas que nem sonhava, poesias maravilhosas escritas por negros de todas as partes do mundo francês, poesias falando da África, dos Homens, da Vida e das aspirações dos Homens… Muito me traz este livro e, entre muito, a certeza de que o negro, o tão explorado Negro, está acordando em todo o mundo. E não um acordar egoísta, como tantos de que fala a História. Não. Um acordar universal, de braços abertos para todos os Homens de boa vontade”. Parte de uma carta, datada de 12 de Abril de 1949 e endereçada a Maria Helena Vilhena Rodrigues, comunicando a sua reação entusiástica à célebre Antologia de Leopod Senghor (Anthologie de la Nouvelle Poésie Nègre et Malgache, Paris, 1948).
  • §§ * * * * * * * * * * * * §§§

 

AMÍLCAR CABRAL (1924-1973)

 

AMÍLCAR LOPES da COSTA CABRAL

(12 septembre 1924 – 20 janvier 1973),

Abel Djassi de son pseudonyme est un homme politique de Guinéa-Bissau et des Îles du Cap-Vert. Il est le fondateur du Parti Africain

 pour l’indépendance de la Guinée et du Cap-Vert, PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde), qui

amena à l’indépendance ces deux États colonisés par le Portugal!

 

AMÍLCAR CABRAL

 — A NATIONALIST AND PAN-AFRICANIST REVOLUTIONARY —

Amílcar Cabral was an Agronomist who led an armed struggle that ended Portuguese colonialism in Guinea-Bissau and Cabo Verde.

The reprising contributed significatly to the collappse of a fascista regime in Lisbon and the dismantlement Portugal’s empire in Africa. Assassinated by a close associate with he deep complicity of the Portuguese colonial authorities, Cabral not only led one of Africa’s most successful liberation movements, but was the voice and face of the anticolonial wars against Portugal.

A brilliant military strategist and astute diplomat, Cabral was an original thinker who wrote innovative and inspirational essays that still resonate today. His charismatic and visionary leadership, his active pan-Afrinist solidarity and international commitment to “every just cause in the World”, remain relevant to contepmorary struggles for emancipation and self-dertermination.

 

BROCKTON/BOSTON (USA), SETEMBRO 2024

 

Francisco FRAGOSO/KWAME KONDÉ

(Médico/Guerrilheiro, Humanista e Intelectual Internacionalista)

 

 

 

 

EU, Amílcar Cabral,

sou um simples Africano,

cumprindo o meu dever

no meu próprio Pais,

no contexto do meu tempo.

 

 

 

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