A cooperação entre a ONU e Cabo Verde está dando um novo rumo ao desenvolvimento sustentável do país em que 99% do território é mar.
Em entrevista à ONU News, a Coordenadora Residente Patrícia Portela de Souza destacou os esforços conjuntos para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades únicas que o arquipélago tem.
Essa representante da ONU enfatizou a importância da transformação dos sistemas alimentares em Cabo Verde, que importa cerca de 80% de seus alimentos.
Inovar
A solução, disse, passa pela modernização da agricultura com tecnologias como a rega gota-a-gota e pela implementação de novas tecnologias para maximizar o uso do limitado território terrestre.
“O país está buscando parcerias e inovações para tornar sua cadeia alimentar mais justa e sustentável”, explicou.
Como destacou, através da FAO, estão a trabalhar para promover técnicas agrícolas eficientes e introduzir tecnologias que otimizem a produção em um espaço reduzido.
A ONU e Cabo Verde estão concentrados em expandir o uso de tecnologias agrícolas, explorar a economia azul e fomentar a produção de alimentos e energias sustentáveis.
Renováveis
Essa representante destacou ainda o potencial das ilhas para a agricultura intensiva e o uso de energias renováveis, como os painéis solares, como parte da transição energética do país.
O avanço da cooperação também se reflete na preparação para a Cúpula do Futuro, em Nova Iorque, onde líderes globais discutirão ações para a paz, o mundo digital e a reforma do sistema financeiro global.
Portela de Souza mencionou que a Cúpula representa uma oportunidade crucial para atualizar planos e enfrentar os desafios do século 21, alinhando-se com o Pacto do Futuro e o Plano Estratégico de Desenvolvimento de Cabo Verde.
Além disso, a ONU está investindo em jovens e mulheres, com foco em setores como a aquacultura.
A experiência bem-sucedida da fazenda de camarões em São Vicente exemplifica a necessidade de apoiar iniciativas do setor privado.
Educação
No campo da educação, a ONU elogiou o avanço na universalização da educação primária e a expansão da oferta na educação pré-primária e secundária, destacando a importância de manter os jovens na escola e garantir acesso a universidades e educação profissional.
Portela de Souza também sublinhou a importância da retenção de alunos e da qualidade educacional.
“Em 1991, Cabo Verde tinha poucos liceus; hoje, há pelo menos um em cada município. O próximo passo é assegurar que todos os estudantes completem o ensino secundário e tenham acesso às oportunidades educacionais superiores”, disse.
Com ações alinhadas às necessidades específicas de países insulares em desenvolvimento como Cabo Verde, a parceria entre a ONU e o arquipélago está estabelecendo um modelo para o desenvolvimento sustentável, aproveitando ao máximo suas oportunidades e superando desafios únicos.
Leliane Semedo (Estagiária)