PUB

Sociedade

Jackpot de 35 mil contos gera expectativas entre os cabo-verdianos que procuram na sorte mudar de vida 

Os jogos da Cruz Vermelha estão em alta, esta semana, com o valor do Joker a atingir os 35 mil contos, um dos mais altos na história dos jogos sociais no país. O totoloto, outro dos mais populares jogos explorados pela Cruz Vermelha, também oferece um prémio recorde de 17 mil contos. Esses valores estão a gerar entusiasmo e expectativa entre os apostadores, que, com a sorte, sonham em mudar de vida. Conheça também a história de Zé de Brava, um funcionário de saneamento na Câmara Municipal da sua ilha, que ganhou 29 mil contos no ano passado. 

Coincidência ou não, após o novo sistema de jogo e lançamento da plataforma digital dos jogos sociais da Cruz Vermelha, apresentado em Maio passado, ainda não houve vencedor de um jackpot nem no Totoloto nem do Joker. Com um prémio acumulado de 35.400.000 escudos, a última edição da loteria nacional pode ser a mais concorrida de sempre, sendo este o valor mais alto na história dos jogos sociais no país.

Expectativas ao alto

A expectativa é grande entre os apostadores que todas as semanas tentam a sorte nas agências e agora na plataforma digital criada pela Cruz Vermelha. Muitos vêem nesta oportunidade uma chance de alcançar uma estabilidade financeira que actualmente lhes escapa pela roda da vida. 

José António Correia

“Eu jogo todas as semanas na esperança de ser o vencedor. Esta semana não podia ficar sem jogar, tendo em conta este valor alto em prémio que mudaria a minha vida”, diz José António Correia, conhecido por “Champó”, que jogava numa das agências do Platô, na cidade da Praia, quando ouvido por esta reportagem. 

Champó jogou seis “papéis”, cada um no valor de 30 escudos, sua aposta no Totoloto. Assinou também para Joker gastando mais 70 escudos. Foram 250 escudos para pescar os 35 mil contos no Joker ou 17 mil contos no Totoloto. “Se a sorte estiver do meu lado, nem preciso apostar muito”, acredita. 

“Apostei 240 escudos. Todas as seis quadras mais o joker. Não vale a pena apostar mais se tiver que ganhar, ganha-se, mas sem entrar em loucuras”, considera também um outro jogador que fez a sua aposta numa das agências no Mindelo, em São Vicente.

Para muitos, os prémios em disputa representam mais do que apenas o dinheiro em jogo. É, com efeito, a possibilidade de realizar sonhos que parecem distantes ou até mesmo impossíveis. “A tratar-se de uma grande quantia, compraria uma casa, um carro, ajudava os meus familiares que precisam e as pessoas mais carenciadas. Talvez investisse num negócio que prosperasse”, sonha o mindelense que não quis se identificar, brincando que “mesmo que ganhasse, gostaria de ficar em anonimato”.

As apostas no Fogo, “ilha da sorte”

A partir da ilha do Fogo, João tem também um sonho semelhante: “Trabalho na construção civil. Se eu ganhar 35 mil contos, aplicaria na mesma área, melhorando a segurança no trabalho, abriria uma empresa e realizaria muitos sonhos”, perspectiva depois de ter feito a sua aposta numa das agências em São Filipe.

João em pé e Gogotxi sentado

Na mesma agência, fazia também a sua aposta Gogotxi, um carpinteiro que, assim como João, é um apostador assíduo de Joker e Totoloto, numa ilha, Fogo, com histórico de muitos vencedores. “Existem tardes de sorte. Eu venho sempre a esta agência que eu considero de sorte. Já ganhei aqui alguns troquinhos e é aqui que conto ganhar um valor alto como o que promete esta semana”, espera Gogotxi.

Desejo maior: melhorar as condições de vida

Outros apostadores ouvidos por esta reportagem mostraram a intenção de investir em negócios próprios, garantir a educação dos filhos e até mesmo melhorar as condições de vida das famílias, caso a sorte lhes venha a sorrir com os 35 mil contos do Joker ou os 17 mil contos no Totoloto. 

Administrada pela Cruz Vermelha de Cabo Verde, a loteria nacional tem o condão de a cada semana despertar a esperança em muitos cabo-verdianos, sobretudo os mais desfavorecidos (ver a caixa de Zé de Brava, um dos afortunados).

Geridos pela Cruz Vermelha desde 1977

A Cruz Vermelha de Cabo Verde, conhecida organização humanitária, é a responsável pela administração da loteria nacional, incluindo o Joker, o Totoloto e a Lotaria, esta última menos popular entre os cabo-verdianos. Um departamento específico cuida dos jogos e das operações relacionadas, garantindo que os processos sejam conduzidos de forma justa e transparente.

Recorde-se que em 1977 a Cruz Vermelha recebeu a concessão para explorar a Lotaria Nacional e, em 1997, foi escolhida para gerir o Totoloto e o Joker em todo o território nacional. Em Novembro de 2020, assinou com o Estado um acordo de concessão para exploração dos jogos sociais em regime de exclusividade durante 20 anos.

 

Veja na integra no Jornal A Nação edição 883 de 01 de Agosto de 2024

PUB

PUB

PUB

To Top