A avaria num dos scanners no Porto da Praia tem gerado significativos atrasos na entrega de pequenas encomendas, prejudicando os destinatários que aguardam por mercadorias essenciais. Os problemas começaram há duas semanas, quando um dos aparelhos deixou de funcionar, criando um engarrafamento no desalfandegamento e inspecção das encomendas.
Destinatários afectados expressaram ao A NAÇÃO a sua frustração com o problema. Um deles relatou: “O meu bidão chegou há cerca de duas semanas. Tenho lá coisas que preciso com uma certa urgência e toda a vez que ligo para a agência dizem que o contentor ainda não foi aberto e sequer há previsão de quando será aberto porque o scanner está avariado”.
Segundo esta fonte, que prefere não ser identificada, “duas semanas é tempo mais do que suficiente para se resolver a situação porquanto o utente paga para mandar a sua encomenda e paga para receber, portanto, não é justo atrasos desse tipo”.
“Que arranjem mais scanners ou arrumem outra solução. Porque se até o dia 30 não tiver o meu bidão na minha posse, tenho de comprar aqui, por mais caro, porque preciso mesmo das coisas que lá estão”, desabafou um destinatário.
Outra afectada, Dulce, uma emigrante, relatou: “Vim para três semanas. Muito antes da minha vinda preparei o meu barril com coisas que sabia que ia precisar desde o primeiro dia. Já cá estou há uma semana e ainda não tenho o meu barril e nem sequer tenho a previsão de recebê-lo. Vão resolver quando eu me for embora? Assim não dá”.
Esclarecimento da ENAPOR
Contactada pelo A NAÇÃO, a ENAPOR – Portos de Cabo Verde começou por reconhecer que os equipamentos de scanners são fundamentais para reforçar a segurança e melhorar os controlos aduaneiros e policiais sobre as mercadorias, evitando a abertura manual de cada volume.
“Desde início do mês de Maio que o serviço de inspecção e fiscalização das mercadorias de Pequenas Encomendas, tem enfrentado alguns constrangimentos decorrente de avarias que condicionaram o funcionamento de três dos quatro aparelhos scanner disponíveis nos Armazéns A e B, criando sérios constrangimentos na inspeção e levantamento dos volumes de pequenas encomendas”, acrescentou.
Para mitigar o problema, a ENAPOR, em parceria com a Polícia Nacional e a Alfândega, implementou uma solução operacional que envolve a mobilização das mercadorias do Armazém B para o Armazém A, onde estão a ser scanneadas e entregues aos clientes.
“No entanto, a situação já está a ser normalizada, pois um dos equipamentos de scanners do Armazém B já se encontra a operar desde ontem (terça) a tarde, permitindo assim a abertura de contentores, inspeção aduaneira e policial e levantamento de volumes pelos transitários”, diz a nota.
Medidas Adotadas
A administração do porto afirma que está a fazer todos os esforços necessários para normalizar a situação e corresponder à demanda dos clientes. A ENAPOR reiterou ainda o seu compromisso com a “excelência” na gestão orientada para o cliente e assegurou que continuará a tomar as medidas necessárias para evitar futuros constrangimentos.
Geremias S. Furtado
Publicado na edição nº 882 do Jornal A Nação, do dia 25 de Julho de 2024
