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Sociedade

A arte decorativa de São Silva : “Minha prioridade é superar as expectativas de quem confia no meu trabalho”

De São Filipe, ilha do Fogo, adotada na cidade da Praia há 17 anos, São Silva é uma jovem que, para além de funções na chefia do Governo, tem gosto e aptidão para decoração de festas, especialmente casamentos. Licenciada em Economia e Gestão, tem apostado na arte decorativa há cerca de três anos e o feedback do público tem sido positivo, ultrapassando as fronteiras da ilha de Santiago.

Foi na pandemia da covid-19 que São Silva, funcionária pública há cerca de oito anos, descobriu e se revelou na arte decorativa, especialidade decoração de espaços para casamentos, entre outros eventos.

“Na pandemia, uma amiga, que sabia que eu gostava destas coisas, desafiou-me a decorar o seu casamento. Aceitei o desafio e todos os convidados gostaram imenso do trabalho. A partir dali, começaram a surgir vários pedidos e resolvi investir mais seriamente nesta área”, conta São Silva, ao A NAÇÃO.

A jovem natural de São Filipe, ilha do Fogo, a residir na Praia há 17 anos, diz que embora a sua especialidade seja decoração de casamento, sua primeira investida, tem realizado também outras celebrações, nomeadamente, batizados, bodas, aniversários, entre outros.

Para não ficar limitada apenas em decorar eventos, resolveu, em parceria com outras pessoas, também especialistas no que fazem, formar uma rede para “providenciar tudo” quando o assunto é festa ou celebração.

“Trabalho em colaboração com outras empresas e pessoas singulares que quando nos é solicitado a decoração, acabamos por ser uma rede e fornecer outros serviços, organizando a festa completa”, explica.

A arte decorativa de São tem conquistado cada vez mais o seu coração, agradando também o público. “Apesar de só agora estar a investir de forma mais séria nesta área, é uma coisa que sempre gostei de fazer, um sonho de infância, por assim dizer. O mais satisfatório, com certeza, é ver a satisfação dos meus clientes. E o feedback tem sido muito positivo”, acrescenta.

Aliás, sobre a demanda, confessa que sendo o seu mercado nacional, não tem conseguido responder a todos os pedidos, sobretudo porque não se dedica a este “part-time” a tempo inteiro.

“São coisas que eu faço no pós-laboral ou então nos finais de semana.  Por isso, não tenho conseguido atender a todos os pedidos”, lamenta a jovem que acredita ter o seu estilo próprio nesta área de decoração.

“Acredito que cada decorador ou decoradora acaba por atingir o seu estilo próprio. Eu, por exemplo, não sei dizer onde me diferencio. Mas os meus clientes sabem. Fico muito feliz quando amigos e conhecidos reconhecem o meu trabalho em festas só pelo estilo sem antes saber que eu era a decoradora”, complementa.

Sendo assim, a nossa entrevistada acredita ter o seu “toque especial” que a diferencia de outras decoradoras, sendo este um mercado amplo mas que não deixa de ser lucrativo.

“Quando fazemos o que gostamos, fazemos mais por gosto e não pelo dinheiro. É assim que eu me vejo nesta arte de decorar. Entretanto, apostar nisso, fazendo sempre um trabalho bem feito, não falta cliente, pelo contrário, podemos não dar conta do recado porque o que não falta é motivo para comemorar e hoje em dia as pessoas apostam cada vez mais em ambientes bem decoradas”, explica São Silva.

Sobre o mercado, a mesma conta que embora a maioria dos trabalhos realizados até agora, sejam na cidade da Praia, já atendeu também pedidos para eventos na Assomada, São Miguel, ambos concelhos do interior de Santiago, e também São Vicente e Boa Vista.

Assim, diz que o seu mercado é Cabo Verde já que, com disponibilidade, aceitaria o convite para decorar espaços de festas em qualquer ponto do país, embora a logística das ilhas seja desafiadora. Dos inúmeros eventos realizados até agora, a nossa entrevistada diz que o mais marcante foi uma grande festa em São Filipe, ilha do Fogo, sua terra natal.

 

“Foi uma festa muito especial. A minha prioridade em todo o trabalho é superar as expectativas de quem confia em mim”, recorda a jovem empresária que conta com dois colaboradores fixos e que mediante o volume do trabalho, contrata sempre mais pessoas.

Nesta área há alguns anos, o maior desafio tem sido a falta de alguns materiais no mercado cabo-verdiano, desafio este que tenta ultrapassar a cada dia.

“Hoje-em-dia, neste mundo globalizado, as pessoas entram na internet e encontram ideias de grandes festas e depois fazem o pedido: ‘quero uma decoração exactamente assim’. Só que aqui em Cabo Verde não temos os mesmos materiais. Daí o desafio de não ter igual mas o mais perto possível”, refere.

Para responder à demanda e alcançar as expectativas da clientela, São Silva diz que tem investido em pesquisas e formações online, apesar do gosto e aptidão que estiveram sempre presentes. Considera que para um negócio do tipo, manter-se actualizado com novas ideias é fundamental, estando neste momento a organizar para fazer uma formação com uma decoradora de renome internacional.

Salão de beleza para “completar o serviço”

Para complementar o serviço prestado, São Silva investiu, recentemente, em um salão de beleza para cuidar sobretudo das noivas, no Palmarejo, cidade da Praia. O local com serviço completo, desde penteados, “manicure” e “pedicure”, maquiagem, depilação entre outros, vai estar aberto todos os dias, incluindo aos fins de semana, para responder à demanda.

O espaço conta com dois profissionais no momento e apesar de privilegiar as noivas, recebe também outros clientes, tendo neste momento um pacote especial para as finalistas dos liceus e não só.

Publicado na edição nº 879 do Jornal A Nação, do dia 04 de Julho de 2024

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