O grupo carnavalesco Vindos do Oriente está a avaliar a possibilidade de regressar aos desfiles oficiais do Mindelo, após a morte da presidente e vice-presidente, Dona Lili e Cely Fortes, respectivamente.
A informação foi avançada à Inforpress pela presidente da Comissão de Gestão, Dirce Vera-Cruz, segundo a qual este retorno advém de “uma vontade muito grande” de elementos do grupo que “não querem ver Vindos do Oriente morrer”.
Segundo a mesma fonte, que disse ter sido eleita de um grupo de 23 pessoas, estão a lutar para que a agremiação com “muita história” no Carnaval mindelense volte a ter o seu fulgor, mesmo depois de ter passado por dois infortúnios, os falecimentos da presidente, Dona Lili, em 2022, e, em 2023, da sua filha Cely Fortes, que era também vice-presidente do grupo.
“Estamos a cogitar devido a um grupo grande de pessoas que clamam pelo regresso do Vindos do Oriente, mas também nos sentimos em espírito de missão e de obrigação para fazer uma homenagem, como deve ser, à Dona Lili e Cely”, explicou Dirce Vera-Cruz.
Reconquistar o seu lugar
Para isso, explicou, estão neste momento a “apalpar terreno” por forma a ter os apoios necessários para ter o “Vindos do Oriente” a funcionar e reconquistar o seu lugar na festa do Rei Momo de São Vicente.
Um dos primeiros passos será a realização, no próximo mês de Julho, de uma festa havaiana, que tem vindo a ser feita há alguns anos e, que, conforme a mesma fonte, devido ao impacto já demonstrado, poderá ser um bom ponto de partida.
“Esta festa é para mostrar à população que queremos voltar, mas sabemos que não vai ser fácil porque o grupo ficou completamente desestruturado e não será tão fácil regressar com o brilho que tinha antes”, admitiu a presidente da comissão de gestão.
Estão também a planejar outras actividades, como a participação no Kavala Fresk Feastival, marcado para 13 de Julho e que reserva um espaço, o “Carnavala”, para os grupos de Carnaval obterem uma verba para o financiamento dos desfiles.
O “Vindos do Oriente” é uma das agremiações carnavalescas mais antigas de São Vicente.
Após um interregno de dez anos, foi relançado em 2014 pelas mãos de Maria Alice Freitas dos Santos Fortes, também conhecida por Dona Lili d’ Chala, e da sua família, Freitas e Fortes.
No retorno, sempre disputou os dois primeiros lugares do concurso, até 2019, ano em que não desfilou por desentendimentos com a Liga Independente dos Grupos Oficiais do Carnaval de São Vicente (LIGOC-SV).
Em 2020 voltou a apresentar-se no “sambódromo” do Mindelo, ano em que ficou classificado em terceiro lugar. De seguida, em, 2021, tal como os outros grupos, foi atingido pela pandemia, e nos dois anos seguintes, perdeu a presidente e a vice-presidente.
C/ Inforpress