Por: Carlos Carvalho
Há algum bom tempo, nosso anterior 1° Ministro flaba má nó sociedade é violento. Caiu o Carmo e a Trindade.
És cai riba del, pá mata, como se tivesse dito uma heresia.
Isso… foi por causa da onda de crimes parsen de THUG’s… e VBG’s.
Guentis ká intendel!!
Talvez mi mé tá tomado pá herege, se disser k nó ex-1° tinha razon.
Mas é verdade, nó sociedade é “violenta”. Nascemos violentos… Crescemos violentos… Vivemos violentos, daí VBG’s e outras agressões, no dia-dia!!
Bardadi, quando se nasce de uma sociedade escravocrata a tendência é sermos “violentos”, porque resilientes, resistentes.
Tudu nó história fomos obrigados a ser resilientes, resistentes!!
Ela, a história, nos impele-impeliu à agressividade, à violência.
Nascemos de…
2 realidades culturais… distintas.
2 mundu distintus.
2 proveniências distintas.
Tudo isto num espaço completamente agreste-diferente.
Interessante, faktu di frenti-frenti konfronta Omis-de-barba-rija, brankus k pretus.
Dun lado, brancos-aventureiros, corajosos, metidos em embarcações na mares-nunca-dantes-navegados, enfrentando mares povoados por monstros, sima Cadamosto, k ta nguli barku nteru, sima nu nxinadu, na passadu.
Dotu, negros, valentes-guerreiros, feitos cativeiros em lutas tribais, arrancados a força de suas terras, sem saberem o que o destino os reservaria.
Nem quem vendeu, nem quem foi vendido, sabia que destino teria os vendidos.
Um dia, si Sinhor djuda, voltarei à esta história.
É kés 2 tipu di Omi k se confrontam-enfrentam num território novo, diferente de seus habitats-normais, k poku prizensa di gênero feminino.
Portanto, tudo preparado pá un sociedade explosiva.
Dois corajosos-campos.
Um dominador-senhor-branco-português-castelhano-veneziano…
Outro, dominado-escravo-negro, di tudu tribos di Costa.
É kel ambienti li k nu tivi no inicio di nó izistênsia…sima povu.
O dominador domina mesmo-castiga-maltrata-humilha… ti mata, oras k tá pensa má é necessário.
O dominado resiste-rebela-foge-baldia-vadia-badia, mata, para se defender, quando necessário.
O dominador impõe regras-leis que devem reger a sociedade, que domina.
O dominado quebra regras-leis…impostas para o maltratar…numa sociedade, undi é ká ten nen un direito.
É assim.
Aliás, foi assim!!
Século entra, século sai.
E foram quase 500 anos, branco dominando preto, senhor dominando escravo; preto rebelando contra branco, escravo combatendo senhor.
Num mundo agreste, seco, undi espaços pá rivolta ká tem, o negro…escravo…só tem uma solução subi lá riba montanha, criando nossos vadios-badios, nossos quilombos, vivendo em liberdade, senpri rabelando, combatendo o senhor.
Século XX
É si k nu txiga séc. XX.
Sempre perseguidos por aquelas coisas atrozes, a seca e a fome, k mata kuaji senpri metade di nó populasons.
Foram violentos, k nó antepassados!!
Fomos violentos…com quem nos reprimiu!!
Na emigrason
Violência até na única saída k nu atxa, kantu txuba ingratu ká bem, strada ká dá nada, i nu pó rostu pá stranger, sima Zézé canta.
Violência na emigração, porque barco grande, onde trabalhava, no violento frio do Norte, o Maiense do Betu…foi ao fundo.
Violência nas barracas, das fábricas da CUF, na LISNAVE, nas construções e outros… como escreveu Renato.
Pedro D’Djarfogu djá vizaba nós má “stranger é iluzon”, pabia violento, apesar de nos dar casa, carro i amor tanbi, sima Zé Mário canta!!
Nó scritoris sempre nos retrataram a violência de nossa sociedade violência para sobrevivermos!!
Assim, quando o PM-JMN disse que a nossa sociedade é violenta, ele tinha razão.
Nó sociedade é mesmo violenta.
Omi tá dadji na mudjer era, anormalmente, normal!!
Mininu tá sotadu pá da Omi, eraanormalmente… normal!!
E era normal porque fomos todos sótadus…e demos homens!!
A violência… sempre presente.
E…
Fomos à luta pela nossa dignidade, liberdade, independência.
De novo… violência!!
Violência… nas prisões, no nosso histórico e triste Campo de Concentração!!
Violência na matus di Guiné, nas prisões de Bissau, e no famoso, Djiu di Galinha, celebremente cantado pá nó patrício, Zé Carlos.
Violência…
Violência… sempre!!
No “antigamente”
E chegamos a independência.
Na 70-80, tivemos os famosos netinhos-de-vovó…que aterrorizaram a sociedade praiense.
Na Praia, pikena i escura, di kel bés, todos os dias se ouvia as peripécias desses “piratinhas”, sima és ta txomada ba.
Numa luta manu-a-manu, essa “classe” kaba dirrotadu…ou metamorfoseou!!
Netinhos-de-Vovó…de hoje
Na ultimus décadas, conhecemos um fenómeno novo, os famosos thugs.
Transformaram-se nos novos-donos-da-noite, até do dia, de nossas cidades, substituindo os “inofensivos” netinhos-de-vovó.
O fenômeno localizado aqui e ali… foi-se alastrando como cancro.
Localizado temporalmente nos anos 90… “chega ao pódio” a partir de 2000.
É na kel altura k Zema txiga poder.
P-M v Thugs
Pá mi falta inda um estudo sééééério deste fenômeno…estudo académico…para as academias desenvolverem.
Quando começa esta nova vaga??
Qual a sua origem??
Como desenvolveu e espalhou??
Etc., etc., etc.
Di tantu fronta kés… Zemas disidi bá nkontra tugs!!
Sima n’fla-ba, caiu o Carmo e a Trindade!!!
Ideia-peregrina… anunciou a oposição.
Onde se viu um 1°M negociar com criminosos!!!??
É a confissão de capitulação…gritou com ar de vitória a oposição, esfregando as mãos de contente.
Zemas… dizorienta.
Não sabia o que fazer com tanta violência campiando.
Eu, Zé-Ninguém, porém, havia avisado o Homem.
– Zé Mariiiiia!!
Remodela governo… Ministros dja cansa!!
Ideia dja ká tem, mó kés tá bá combate tugs!!??
Ma, Z-M, teimooooooooozu… sima kelotu li.
Teimoooooozu… ou cobaaaaaardi!!
Zemas nega obi nha konsedju, dá tudu pá tortu!!
Kantu é capri, é dexa guentis… k ben dipos… k mufuneza!!
Anpus!!
Este outro que o substituiu…está na mesma linha!!
Ministros, guentis dja cansa odjas, fladu má és tá ká parsi na TVEC… tá mudadu di canal…
Zemas, cansaaaaado, resolveu ir papiar com os thugs.
Mi… ti n’atxa ideia interessante!!
Confesso.
Fosse eu, iria mesmo ao encontro deles.
Duma coisa estou certo.
Algum…algo…de bom… fosse eu a ir ao encontro deles… sairia…
…concertezamenti, diria o Tanta.
JM se intimidou!!… com a boca da oposição.
Não o fez!!
Não foi!!
Mas, como o mundo dá volta…
Opozitoris bira situason.
A coisa continuou, continua fedendo!!
Fedeu, fedeu, e se diversificou, com outras componentes entrando… porta dentu!!
Nem mesmo a nossa inimiga-mundial-comum.. .a COVID… fez recuar a violência!!
Não há como combatê-la…é que a sociedade virou bastante desigual, terreno fértil para a violência.
Para complicar tudo, quase que multiplicou uma variante da Violência…a…
VBG
VBG está na agenda política actual, aliás, dja dura k sta.
VBG sempre existiu…é kunpanha nó storia.
Nossas antepassadas foram sempre vítimas…da violência sexual, da violência senhorial. Desde os porões dos navios, onde foram entulhadas, sima limarias, que começou o sofrimento delas.
Violência kontinua na 5al grandi di sinhor… onde serviam igualmente de escravas domésticas…e de escravas sexuais.
Antes
No pós-independência, a VBG ganhou nova roupagem.
Antes, a violência ta binha di mudjer… k ká tá cré dividi Omi.
Bota agu kenti, agu ferbedu, acido, azeiti kenti, corta pirilau, tudo servia para ficar sozinha com seu maxu.
Lembram-se desses tempos!!??
Cruz credo!!!
É k fika sem Omi, sustento de casa, perder pela kunbosa, dividi artigo 4°!! não é coisa k se aceite.
Mudjer… é egoiiiiiiista!!
Hoje
Hoje, são os homens que VBGeiam.
Vida muda.
Sociedade muda.
As mulheres se “empoderaram”… ká tá dependi di Omis. Estudaram, se formaram, viraram dirigentes em tudo, se libertaram das amarras e da condição de subalternas dos homens.
Caboverdiano passou a temer a força e a inteligência di nó mudjeris… daí partir para VBG.
Viola, estupra, até mata, de forma mais vil possível.
E a nossa sociedade continua…VIOLENTA!!
Conclusão
Nó sociedade foi… e continua violenta.
Este, um dado adquirido.
Sobre VBG e outras formas de violência moderna, regressarei, noutra oportunidade, se for.
E o mundo continua… VIOLEEEEENTO!!
Disse.
28/10/23.
