Cabo Verde registou hoje uma queda vertiginosa no ranking da liberdade de imprensa anunciado esta sexta-feira,3 Maio, Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, pelos Repórteres Sem Fronteiras. Da 33ª posição em 2023, passamos agora para a 41ª, com 72,77 pontos, num total de 180 países analisados.
No indicador económico, Cabo Verde está na 48ª posição da geral, com 54,25 pontos, enquanto na segurança, está na 25ª posição geral com 52,03 pontos. Este é, aliás, o quesito onde o país está melhor avaliado, tendo em conta também que não se regista a morte de jornalistas em contexto de exercício da profissão.
Já no indicador legislativo, o país encontra-se na 39ª posição geral, com 74,7 pontos e no indicador social, Cabo Verde atingiu a pior posição nos quesitos avaliados, ao figurar na 50ª posição da geral com 73,35 pontos.
Em termos da análise no quesito político, o país encontra-se na 28ª posição, com 29,51 pontos.
Situação da CPLP
No que tange aos países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, o melhor classificado é Portugal, que ocupa a sétima (7.ª) posição.
Moçambique registou uma descida de três posições, ocupando agora o 105.º lugar. Na 92.ª posição está a Guiné-Bissau, cuja liberdade de imprensa está “em queda livre”, desceu 14 posições em relação ao ano anterior, e a Guiné Equatorial, desceu sete lugares para a 127.ª posição.
Já São Tomé e Príncipe não foi avaliado.
Liberdade ameaçada pelas autoridades políticas, em geral
À escala global, o relatório garante que uma coisa é clara: a liberdade de imprensa está ameaçada pelas mesmas pessoas que deveriam ser os seus garantidores: “as autoridades políticas”.
Entre os cinco indicadores que compõem a pontuação dos países, segundo o relatório, o indicador político foi o que mais caiu em 2024, com queda global de 7,6 pontos.
Segundo o documento, de forma geral, “os Estados não conseguem proteger o jornalismo”, pois um número “crescente” de governos e autoridades políticas “não cumpre o seu papel de garantidores de um arcabouço exemplar para o exercício do jornalismo e do direito do público à informação confiável, independente e plural”.
A RSF garante que se nota uma “deterioração preocupante” no apoio e respeito à autonomia dos meios de comunicação e um “aumento na pressão exercida pelo Estado ou por outros intervenientes políticos” ao exercício da profissão.
Os melhores e os piores
Dinamarca, Noruega e Suécia lideram o top 3 dos países com mais liberdade de imprensa no geral, enquanto na contramão estão o Afeganistão, Síria e Eritreia.
O objetivo do Ranking Mundial da Liberdade de Imprensa, segundo os Repórteres sem Fronteiras serve para comparar o grau de liberdade vivida por jornalistas e meios de comunicação em 180 países ou territórios, sendo que, como refere esse organismo, a liberdade de imprensa “é a possibilidade efetiva dos jornalistas, como indivíduos e como coletivos, selecionarem, produzirem e divulgarem informações de interesse geral, independentemente de interferências políticas, econômicas, jurídicas e sociais, e sem ameaça à sua segurança física e mental”.
(Atualizado)