O secretário-geral do MpD (partido no poder) lamentou esta Segunda-feira, que os partidos da oposição, PAICV e UCID, tenham optado por “minimizar” a relevância e o impacto da conferência internacional “Liberdade, Democracia e Boa Governação: um olhar a partir de Cabo Verde”, organizado pelo Governo cabo-verdiano na ilha do Sal nos dias 8 e 9 de Abril.
Conforme sublinhou aquele dirigente partidário, o evento “não pretendia, nem podia pretender, substituir os espaços de debates políticos nacionais”.
“Ao invés de abordarem a conferência como uma oportunidade para contribuir positivamente para o progresso da nossa nação, a oposição está focada no poder pelo poder, o que é lamentável e contraproducente”, afirmou Luís Carlos Silva numa conferência de imprensa, desta Segunda-feira, 8, para rebater das críticas do PAICV, líder da oposição, e da UCID, também da oposição.
Cabo Verde precisa de mais eventos internacionais
Segundo o secretário-geral do MpD, com esta atitude o PAICV e a UCID demonstram não estarem familiarizados com o conceito do turismo de eventos.
“Ao contrário do propalado pelos líderes da oposição, Cabo Verde precisa de mais eventos internacionais para reforçarmos a nossa notoriedade mundial do turismo e, desta forma, diversificar a oferta e alavancar os nossos números do sector”, acrescentou.
O secretário-geral do MpD considera que a importância do evento da ilha do Sal no contexto internacional também tem a ver com o facto de Cabo Verde se destacar como um “exemplo de democracia, liberdade e boa governação, alegando, por outro lado, que sediar uma conferência desta dimensão só reforça e projecta o compromisso com valores “fundamentais e fundantes do MpD”.
Neste âmbito, sublinhou ser essencial que o PAICV entenda que a liberdade, a democracia e o Estado de Direito não são fins em si mesmos, mas sim princípios norteadores que possibilitam o desenvolvimento de uma sociedade justa e inclusiva.
“Só uma governança baseada nestes princípios é que garante a verdadeira liberdade de expressão, a transparência na gestão dos recursos públicos, o respeito pelos direitos civis e políticos e a igualdade de oportunidades para todos os cidadãos”, afirmou.
“Falta de compreensão do papel da oposição democrática”
Para Luís Carlos Silva ao “criticar o evento de forma tão superficial”, o presidente do PAICV, Rui Semedo, demonstrou “falta de compreensão do papel da oposição democrática” num país livre e democrático como Cabo Verde, assim como “falta de cultura democrática e desalinhamento com os valores democráticos”.
Finalmente, o secretário-geral do MpD destacou o privilégio de Cabo Verde receber altos representantes das Nações Unidas, da União Europeia, da CEDEAO, dos USA, entre outros, além da participação de personalidades como o Volodymyr Zelensky, Presidente da Ucrânia, António Guterres, Secretário-Geral das Nações Unidas, António Costa, ex-primeiro-ministro de Portugal, e muitos outros.
“Da nossa parte, só nos resta reiterar a importância da Conferência Internacional e reafirmar que Cabo Verde é indiscutivelmente um exemplo de liberdade, democracia, Estado de Direito e boa governação. Não serão bitaites irresponsáveis e interesseiras que vão pôr isso em causa”, concluiu, sustentado que Cabo Verde será o centro das atenções mundiais, reunindo aqueles que acreditam que “a pobreza não é uma fatalidade e que as nações podem prosperar através de instituições fortes, inclusivas e democráticas”.
A Nação
C/Inforpress