Carlos Santos, ministro do Turismo e Transportes, admitiu a possibilidade da nova empresa autónoma para voos domésticos, anunciada pelo primeiro-ministro, ser criada dentro da esfera da TACV.
Foi assim que Carlos Santos respondeu a uma questão da deputada do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV – oposição) Carla Lima, que alegou contradição entre as declarações do ministro e do primeiro-ministro no anúncio da solução para as ligações interilhas. Carlos Santos negou que haja contradição.
De acordo com o ministro, o executivo está a “estruturar bem esta solução”, que pode passar, por exemplo, por uma empresa que esteja dentro da esfera da TACV.
Resposta definitiva e estruturante “brevemente”
Avançou ainda que “brevemente” ter-se-á mais informações sobre a “resposta definitiva e estruturante” para a questão dos TACV nos voos domésticos.
O ministro recordou que o executivo aprovou o Decreto-Lei 5 de 2023 para iniciar uma nova página nos transportes aéreos domésticos em Cabo Verde, e resolver o problema estruturante que perseguiu os transportes aéreos domésticos no país, que é o problema da sustentabilidade e do financiamento das linhas consideradas deficitárias.
Participação do Estado no capital social da BestFly em “análise”
Quando questionado sobre se o Estado vai manter no mercado as duas empresas concorrentes, sendo a TACV com 100% de capitais públicos e os Transportes Interilhas de Cabo Verde (TICV – Bestfly) com 30% da participação do Estado, o ministro adiantou que sobre os 30% que o Estado de Cabo Verde tem no capital social da BestFly “ainda o Governo está a analisar”.
PAICV diz que criação da empresa autónoma consta de estudos de 2016
No entanto, o PAICV (oposição) pela voz do deputado Démis Almeida, afirma que a criação da empresa autónoma para voos domésticos, anunciada pelo primeiro-ministro é um modelo que já constava dos estudos de 2016.
O deputado adiantou que em 2016, quando o actual Governo ganhou as eleições, encontraram estudos que demonstravam “claramente” a viabilidade das rotas e sugeria a criação de uma empresa autónoma para os voos inter-ilhas.
Por seu lado, o ministro Carlos Santos negou que há retrocessos e, salientou que as medidas tomadas em 2016 pelo seu Governo se deveu à situação encontrada na TACV, que afirma “metia medo”.
“A TACV estava numa situação em que, mesmo vendendo todos os activos, não se conseguia pagar aquilo que eram as dívidas. O crédito que se encontrou em 2016 era de alto risco. Por isso a decisão foi tomada em 2016”, justificou.
C/ Inforpress