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Política

Turismo: Primeiro-ministro de Cabo Verde quer ver mais qualidade fora dos resorts

O Primeiro-ministro de Cabo Verde quer ver mais qualidade imprimida ao sector do turismo, fora dos resorts, em Cabo Verde. Para isso, desafiou operadores e todos os envolvidos no circuito turístico, desde que o turista chega ao país, até que parte, a trabalharem na qualificação do serviço e das ofertas. Estas considerações foram tecidas durante a apresentação do rebranding do destino turístico Cabo Verde, cuja logomarca passa a ser um coração, preenchido de cores quentes, que retrata a diversidade das ilhas e a morabeza criola. 

“O grande investimento que temos de fazer é colocar qualidade em tudo o que se faz. O turista quando chega, durante a sua estadia, até à sua partida, tem de sentir, não só morabeza, mas sim qualidade. Nos aeroportos, na recepção, na estadia e no momento que regressa ao seu país, e esse é o grande esforço que temos de fazer, precisamente no turismo fora dos resorts, porque é mais exigente em termos de qualidade”, defendeu Ulisses Correia e Silva.

Dentro dos resorts, como disse, o ambiente é controlado, mas, fora dos resorts, “cada um de nós tem essa responsabilidade”. Isto referindo-se a operadores, câmaras municipais, comunidades e a todos os que lidam com turistas no dia a dia.

A qualidade, disse, “não é uma coisa que tem de ser muito complicada”, e deu o exemplo aquando da visita do António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas a São Vicente, o ano passado, por ocasião da Ocean Race, que enalteceu o contraste entre o cenário mais seco de Porto Novo, castanho, e o verde de Paul e Ribeira Grande.

“Ele disse-me assim: `Vocês não tenham preocupação em vender o verde, porque ele é excepção em Cabo Verde. Vendam o castanho. Mas vendam o castanho com qualidade, desde que não tenha lixo, não tenha plástico, de forma organizada´.”

Um exemplo que utilizou para enfocar a necessidade de imprimir “qualidade e organização” ao diferencial de Cabo Verde para que possa ser vendido como um produto turístico. “É este trabalho que temos de desenvolver cada vez mais e estamos no bom caminho”.

Contribuição da taxa turística 

O impacto do turismo, disse, é muito importante para o emprego, para o rendimento e para o combate à pobreza, relevância essa que ficou bem patente durante a covid-19.

“Se tivéssemos alguma dúvida, essas dúvidas foram todas tiradas com a pandemia, quando os hotéis fecharam, quando os aeroportos fecharam e quando o número de turistas baixou drasticamente, mais de 75%, sentimos o impacto”.

Isto para mostrar que os 2,5 euros que cada turista paga por pernoita, em Cabo Verde, de taxa turística, nas unidades hoteleiras, é também muito importante, uma vez que as verbas são aplicadas em obras e projectos para melhorar as condições de vida das pessoas.

Nesse contexto deu o exemplo de bairros que antes eram precários no Sal e Boa Vista e que agora as pessoas vivem em condições mais condignas com acesso a uma habitação. Daí ter também defendido que é preciso “mais escala” e “mais turistas”, uma vez que fará aumentar a contribuição da taxa turística.

Requalificação urbana, trilhas e sinalética

O governante destacou ainda os projectos realizados e em curso de requalificação urbana, do património material, das trilhas, sinaléticas e aldeias rurais, nas vilas e cidades do país, como iniciativas que visam tornar as localidades mais atrativas de forma a contribuir para a diversificação da oferta turística.

Estas considerações foram feitas durante a apresentação da nova marca turística do país, que foi apresentada ontem na Cidade Velha, berço da nação cabo-verdiana e Património Mundial da UNESCO, desde 2019, na presença ainda do Ministro do Transportes e do Turismo, do presidente do Instituto do Turismo, além de vários embaixadores acreditados no país e empresários directa e indirectamente ligados ao sector.

Rebranding para dar resposta à diversificação do destino 

Na ocasião, Dino de Santiago foi apresentado como o rosto da nova marca turística do destino Cabo Verde, estilizada por um coração que simboliza a morabeza crioula, preenchido com cores quentes que retratam os diferentes elementos que se podem encontrar nas 10 ilhas de Cabo Verde.

Desde o mar azul, ao castanho das paisagens lunares, ao pôr do sol, ao verde dos vales e montanhas, sem esquecer o cenário inóspito do vulcão do Fogo, entre outros, tendo como foco a aposta na diversidade turística, onde a autenticidade do ser cabo-verdiano sobressai como o que o país tem de mais genuíno. A nova logomarca foi concebida pela empresa THR. Além do rebranding da marca em forma de coração, foi apresentado também o novo vídeo promocional do turismo de Cabo Verde, produzido pela ACI e protagonizado por Dino d´Santiago, onde sobressai a morabeza crioula e a identidade das suas gentes.

Com imagens imponentes dos vales e montanhas e do imenso mar e das belíssimas praias que envolvem o arquipélago, mas também da riquíssima gastronomia, e música das ilhas, o vídeo apela aos sentidos e às experiências que cada turista pode vivenciar no país. “Onde cada viagem é mais importante que o destino final, onde as experiências nos surpreendem a cada momento. País onde o dar e o receber se abraçam, num abraço generoso”.

O novo rebranding da marca turística do destino Cabo Verde foi financiado pelo Banco Mundial ao abrigo de um pacote de financiamento para o desenvolvimento e diversificação do turismo das ilhas e economia azul e vai de encontro à estratégia do Executivo para o sector e Plano Operacional do Turismo.

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