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Economia

Presidente do Instituto do Turismo apela à “estabilização” dos transportes aéreos inter-ilhas

O Presidente do Instituto do Turismo (IT), Humberto Lélis, reconheceu, ontem, a necessidade de se estabilizar a situação dos transportes aéreos inter-ilhas no país, a bem da diversificação do turismo entre as diferentes ilhas do arquipélago. Lélis defendeu assim o “aprimoramento” das ligações aéreas internas, durante o lançamento da nova marca turística do destino Cabo Verde, que aconteceu no Forte de São Filipe, na Cidade Velha. 

Instado pelos jornalistas a propósito da actual situação dramática que o país atravessa em matéria de ligações aéreas inter-ilhas, que não abona a favor da aposta na diversidade da oferta turística que a nova marca do destino turístico Cabo Verde preconiza, Humberto Lélis foi comedido nas palavras, mas reconheceu que a situação está longe de ser a ideal.

“A questão da diversificação turística leva também à questão do aprimoramento dos transportes aéreos internacionais, domésticos e, também, transportes marítimos. Mas eu defendo que nós não devemos ter uma abordagem estática. Os problemas estão identificados e creio que se está a trabalhar fortemente no sentido da estabilização e na melhoria dos transportes aéreos, sobretudo na componente doméstica”.

O presidente do Instituto do Turismo avançou que a entidade que gere tem estado a trabalhar em parceria com a tutela dos transportes, a fim de se “estabilizar” a situação.

“Nós enquanto instituto do turismo, obviamente que não é competência nossa mas a entidade que tem responsabilidade da promoção turística e da governança operacional do turismo, é algo que nós queremos que seja resolvido e é algo em que estamos a trabalhar e há uma relação forte e intenso entre o Instituto do Turismo com o próprio Ministério do Turismo no sentido da gente estabilizar o transporte aéreo e isso é o que posso avançar”.

Primeiro-ministro Ulisses Correia e Silva em silêncio 

De notar que à margem do lançamento da nova marca turística do destino Cabo Verde, ontem ao fim da tarde no Forte de São Filipe, na Cidade Velha, os jornalistas tentaram obter uma reacção do primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva a propósito da situação precária que se vive actualmente nos transportes inter-ilhas no país, dada também a pertinência para a diversificação da oferta turística, mas não foi possível, tendo o mesmo se remetido ao silêncio e evitado o tema.

“Já disse o que tinha a dizer no discurso”, disse apenas.

Discurso esse que não teve qualquer menção aos transportes aéreos inter-ilhas, ao contrário do que costuma ser a sua tónica em assuntos relacionados com turismo.

BestFly Cabo Verde by TICV pode ter os dias contados 

Recorde-se que os voos inter-ilhas são operados em exclusivo (embora o mercado seja aberto) pela BestFly Cabo Verde by TICV, de capitais angolanos, há muito tempo a voar só com um aparelho.

Devido a inúmeras avarias relacionadas com peças, a companhia é constantemente alvo de críticas de operadores de turismo e agências de viagens, passageiros e comerciantes, que vêem os seus negócios afectados devido à situação que muitos dizem ser insustentável.

Só nos últimos dias, em menos de uma semana, o aparelho já ficou em terra duas vezes, obrigando ao cancelamento de vários voos.

De recordar que, conforme o A NAÇÃO avançou na sua edição 859, de 15 de Fevereiro, a BestFly Cabo Verde by TICV pode estar com dias contados.

O Estado de Cabo Verde deve assumir o controlo de gestão da TICV (Transportes Interilhas de Cabo Verde) para evitar o descalabro nas ligações domésticas. A paciência do Governo, em relação aos incumprimentos e falta de capacidade do parceiro angolano da Besflay para voos regulares e seguros, terá chegado ao fim.

Isto tendo em conta que a sociedade civil tem exigido soluções urgentes para as ligações interilhas aéreas, uma vez que a única companhia a operar não satisfaz as necessidades, prejudicando a economia das ilhas.

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