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Presidente do Senegal adia eleições horas antes do início oficial da campanha

Macky Sall cita disputa entre a Assembleia Nacional e o Tribunal Constitucional sobre a rejeição de candidatos como motivo de atraso.

O presidente do Senegal, Macky Sall, anunciou o adiamento indefinido das eleições presidenciais marcadas para 25 de Fevereiro, naquele país, poucas horas antes do início da campanha oficial.

Conforme avança a agência France Press, a situação provocou a ira de figuras da oposição e a demissão ministerial.

Durante um discurso ao país, no sábado, Sall disse que adiou a votação que teria decidido o seu sucessor perante uma disputa entre a assembleia nacional e o tribunal constitucional sobre a rejeição de candidatos.

Isto porque os legisladores estão a investigar dois juízes do conselho constitucional cuja integridade no processo eleitoral foi questionada.

“Iniciarei um diálogo nacional aberto para reunir as condições para uma eleição livre, transparente e inclusiva”, argumentou o presidente do Senegal, sem avançar uma nova data.

De notar que, poucas horas depois do anúncio de Sall, Abdou Latif Coulibaly, o secretário-geral do governo que atuou como porta-voz, anunciou a sua demissão.

Primeira vez que uma eleição presidencial é adiada

O mesmo alegou ter “plena e completa liberdade” para defender suas convicções políticas. De realçar que esta é a primeira vez que uma eleição presidencial senegalesa é adiada e contribui para a crescente tensão política.

Igualmente, o bloco da África Ocidental Ecowas expressou “preocupação com as circunstâncias que levaram ao adiamento das eleições”, apelando ao diálogo e a um processo acelerado para definir uma nova data.

USA apela a nova data “rapidamente”

O Departamento de Estado dos EUA também instou o Senegal a definir “rapidamente” uma data para “eleições oportunas, livres e justas”.

Recorde-se que um decreto de novembro de 2023 assinado por Sall marcou as eleições para 25 de fevereiro, com 20 candidatos na disputa, mas duas importantes figuras da oposição foram excluídas.

Um líder da oposição, Thierno Alassane Sall, denunciou o que chamou de “alta traição à República” e apelou aos “patriotas e republicanos” para se oporem a ela.

Sall designou o primeiro-ministro, Amadou Ba, do seu partido como seu suposto sucessor, depois de anunciar que não concorreria a um terceiro mandato. Ontem voltou a reforçar que não seria candidato.

De acordo com o código eleitoral do Senegal, devem decorrer pelo menos 80 dias entre a publicação do decreto que fixa a data e a eleição, pelo que a primeira data em que uma votação poderá ser realizada será no final de Abril.

C/Agência France Press

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