Vários cabo-verdianos têm chegado à Costa do Marfim a partir de países vizinhos africanos, mas também da Europa, para apoiar os Tubarões Azuis. A ideia é ter uma boa moldura humana para ajudar os rapazes do Bubista a irem mais além neste CAN que, até aqui, tem corrido de feição à equipa cabo-verdiana.
No jogo de segunda-feira, 29, frente à Mauritânia, a contar para os oitavos de final do Campeonato, a Selecção Nacional deve contar com bancada cheia, com a chegada de adeptos, também, a partir de Cabo Verde, inclusive políticos do primeiro escalão.
Para quem pretende assistir ao vivo a partida Cabo Verde – Mauritânia, uma agência de viagens, em parceria com a TACV, tem em curso uma excursão que custa 45 mil escudos, valor este que inclui o bilhete para assistir ao jogo e o transfer aeroporto – estádio – aeroporto.
Corrida aos bilhetes
Assim que foi anunciada a promoção nas redes sociais deu-se início a uma corrida para conseguir um lugar no voo, tendo em conta a limitação de lugares. Nas primeiras 24 horas os adeptos já relatavam problemas em aceder às linhas telefónicas para a compra de bilhetes, o que, segundo a agência em questão, se deveu a uma grande quantidade de pessoas a ligarem ao mesmo tempo.
Entretanto, enquanto adeptos em Santiago correm aos bilhetes, outros, em outras ilhas, queixam-se da sua “exclusão” do pacote promocional, que contou com o patrocínio do Governo de Cabo Verde, conforme o anunciado pela companhia aérea, TACV.
Vestidos a rigor
O que também parece estar a sair bem são as camisolas dos Tubarões Azuis, disponibilizadas pela Federação Cabo-verdiana de Futebol, nas cores azul, vermelho e branco, para que os adeptos possam apoiar a seleção trajados a rigor.
Com um custo que varia entre os 3800 (mínimo) e os 4500 escudos (máximo), os equipamentos estão à venda nas ilhas de Santiago, São Vicente, Boa Vista, Sal e, segundo a FCF, brevemente também nas outras ilhas e para compra online.
“Uma das maiores surpresas da primeira jornada”
A prestação dos Tubarões Azuis na fase de grupos do CAN tem merecido elogios dentro e fora das dez ilhas, incluindo em noticias internacionais.
No jornal A Bola, de Portugal, a prestação de Cabo Verde e de outras nações lusófonas é descrita como um “início quase perfeito” no CAN, deixando para trás o estatuto de “equipas desfavorecidas”.
“Os tubarões azuis protagonizaram uma das maiores surpresas da 1.ª jornada da competição, ao vencerem o Gana – e de forma clara, fazendo cinco remates à baliza contra apenas um do adversário –, uma das equipas favoritas a levantar o troféu, tendo-o já feito em quatro ocasiões”, escreveu A Bola, logo no primeiro jogo.
A Bola frisou, igualmente, que Cabo Verde “só perdeu um dos dez jogos na fase de grupos” do CAN, posicionando-se como um dos “favoritos”.
Vozinha inspirado
A Jeune Afrique, que apostou as suas fichas nos poderosos do costume, Egipto, Argélia, Camarões, Senegal e Nigéria, parece ter se rendido à garra dos “tubarões azuis”. No caso do embate contra o Egipto, a revista escreve que Cabo Verde “sofreu muito e concedeu as melhores oportunidades”.
“Mas os egípcios depararam-se com um Vozinha muito inspirado. O capitão-guarda-redes interveio de forma brilhante e em rápida sucessão no poderoso golpe de Mohamed Marmoush e depois no de Mostafa Mohamed no jogo (20º)”, passando de forma invicta à segunda fase da CAN.
“Mostafa Mohamed, com um golo inteligente, pensou ter selado a vitória dos Faraós (90+3). Mas isso sem ter em conta a tenacidade dos insulares que empataram no final por intermédio de Bryan Texeira (90+9) e continuam invictos nesta competição”.
