Cabo Verde foi hoje certificado pela Organização Mundial da Saúde como país livre de paludismo. O país tornou-se o primeiro da África Subsariana a ultrapassar este marco em 50 anos e sua população vive agora sem a ameaça de transmissão local.
O certificado foi entregue na manhã desta sexta-feira, 12 de Janeiro, ao primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, em cerimónia que teve lugar na Assembleia Nacional e contou com a presença do director-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
O marco, segundo o ministério da Saúde, é fruto de um trabalho que vem sendo desenvolvido pelo país desde 2020, a nível de vigilância epidemiológica e etimológica nos portos e aeroportos.
Para receber este certificado Cabo Verde cumpriu também com um plano de prevenção onde desenvolveu actividades na parte de diagnóstico precoce e investigação de casos para evitar casos locais.
Reconhecimento do trabalho
Para o director-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, a certificação da OMS de que Cabo Verde está livre da malária é um testemunho do poder do planeamento estratégico da saúde pública, da colaboração e do esforço sustentado para proteger e promover a saúde.
O sucesso de Cabo Verde, segundo o responsável citado pela Inforpress, é o mais recente na luta global contra a malária e dá a todos a esperança de que, com as ferramentas existentes, bem como com as novas, incluindo as vacinas, pode-se ousar sonhar com um mundo sem malária.
Enorme impacto
Por sua vez, o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, assinalou que a certificação como país livre de malária tem um “enorme impacto” e foi preciso muito tempo para chegar a este ponto. Em termos de imagem externa do país, considerou que isso é “muito bom”, tanto para o turismo como para todos os outros sectores.
“O desafio que Cabo Verde superou no sistema de saúde está a ser reconhecido”, sublinhou Ulisses Correia Silva.
Cabo Verde junta-se aos 43 países e um território que receberam o certificado da OMS, sendo o terceiro país a ser certificado na região africana da OMS, juntando-se às Maurícias e à Argélia, que foram certificadas em 1973 e 2019, respectivamente.
O fardo da malária é o mais elevado no continente africano, que representou aproximadamente 95% dos casos globais de malária e 96% das mortes relacionadas em 2021.
C/ Inforpress