O Conselho de Administração da Electra visitou na tarde desta quinta-feira,21, a localidade de Simão Ribeiro, cidade da Praia, para ver de perto o andamento do projeto piloto de ligação de energia elétrica. São mais de 80 habitações já contempladas nesta primeira fase que deve percorrer o país.
A visita chefiada pelo PCA da Electra, Luís Teixeira, surgiu na sequência de um projeto piloto aprovado, há algum tempo, e que, numa primeira fase, beneficia com ligação de energia elétrica, no sistema Pré-pago, cerca de 80 habitações deste bairro periférico da cidade da Praia.
Em entrevista ao A NAÇÃO online Luís Teixeira frisou que este projecto tem quatro componentes importantes que têm que ver com a legalidade, a tarifa social de eletricidade, a tecnologia, e incluindo comunicação e sensibilização.
“Acredito que precisamos trazer pessoas inscritas no cadastro social único para o sector da energia e eletricidade com tarifa social. Na componente tecnológica, queremos massificar os contadores pré-pagos. Temos neste momento cerca de 10 mil contadores pré-pagos, mas desejamos chegar a 30 mil, uma forma de estar mais perto das pessoas e de acabar com a ilegalidade”, explica o PCA da Electra.
Consciencializar que “roubo de energia é crime”
Com este projecto piloto em Simão Ribeiro a Electra pretende ainda intensificar a comunicação e sensibilização para acabar com o roubo de energia em Cabo Verde.
“Queremos que este projecto tenha um efeito contágio pela positiva a nível do país. As pessoas têm que ter a consciência de que energia elétrica ilegal é crime. A Electra está aberta e disponível para apoiar as pessoas, acolher aqueles que estão disponíveis a entrar para a formalidade”, frisa.
Investimento em mais de 1500 contos
Teixeira salienta que só nesta primeira fase, o referido projecto tem um custo de cerca de 1500 contos, valor este que não inclui a componente de rede nas encostas, cerca de 10 mil contos.
“São quase 12 mil contos investidos para trazer energia para este bairro. A nível do país, temos hoje mais de 24% de perda de energia, anualmente, grande parte relacionada a furto e fraude, sobretudo na cidade da Praia. Estamos a falar de mais de 36% só em Santiago com foco na Praia”, sublinha.
Exemplo para outros bairros do país
O PCA na Electra acredita que concretizando este projecto em Simão Ribeiro, está-se pronto para seguir para outros bairros da Praia e outros municípios do país.
“E uma questão de sensibilização para as pessoas preferirem a legalidade. Lembrando aqui que energia Electra legal, não tem que ver apenas com a questão económica mas também de segurança”, destacou.
Comunidade aberta para “negociações”
Na visita realizada, a comunidade de Simão Ribeiro mostrou-se aberta para negociar com a Electra e enveredar-se para os caminhos da legalidade, desde que a empresa de eletricidade colabore para acabar com os constrangimentos.
Crisolita Delgado é uma das moradoras que apesar de alguns constrangimentos no passado conseguiu negociar com a Electra, tendo hoje energia legalizada.
“Cheguei a atingir um nível elevado de dívida com a Electra e tive receio de procurar-lhes para negociações. No entanto, quando já não tinha onde ir, conseguimos chegar a um acordo em que consegui pagar e hoje estou na legalidade”, conta a empregada doméstica, residente em Simão Ribeiro, há 17 anos.
De referir que o projecto piloto de legalização de energia a mais de 80 habitações neste bairro da Praia foi levado a cabo pela Electra em Concertação com uma associação local representada por Albertino Fonseca.