A maioria da população estrangeira residente em Cabo Verde é proveniente do continente africano (65%), com predominância da região da CEDEAO (58.7%). A lista é liderada por Guiné-Bissau, Senegal, Nigéria e Guiné-Conacri.
Este é o resultado do Iº Inquérito à População Estrangeira e Imigrante (Iº IPEI), realizado em 2022, resultante de uma parceria entre a Alta Autoridade para a Imigração (AAI) e o Instituto Nacional de Estatística (INE).
De acordo com dados divulgados esta segunda-feira, 18, a população estrangeira residente em Cabo Verde foi estimada em 10.869 indivíduos, representando cerca de 2,2 % da população total estimada, em 2021, em 491.233 pessoas.
Homens lideram
A população estrangeira é maioritariamente masculina, traduzida em 7.431 indivíduos (68, 4%) contra 3.438 mulheres, com a particularidade da maior percentagem dos estrangeiros residirem na ilha de Santiago (43,7%) mais precisamente no concelho da Praia, que alberga 38,2%.
Entre os países da região da CEDEAO destacam-se os nacionais da Guiné-Bissau, com 36,3 %, aos quais se seguem os do Senegal (10,9), da Nigéria (4,7%) e da Guiné Conacri (2.9%).
Europeus em segundo lugar
A seguir a estes países africanos surgem os europeus com 17,1% e liderados por Portugal (8,9%) e Itália (3,7%).
Já os estrangeiros do continente americano aparecem em terceiro lugar, representando 8,3% do total dos estrangeiros residentes em Cabo Verde. Neste ponto, lideram os brasileiros, com 3,5%, e os norte-americanos, com 2,3%.
Ainda dos dados recolhidos e citados pela Inforpress, 4,8% dos estrangeiros são nacionais do continente asiático, com destaque para os chineses (4,6%).
2,9% apátridas
Cerca de 2,9% são apátridas, isto é, no momento do inquieto declararam não possuir qualquer nacionalidade, já que este grupo é constituído por crianças e adolescentes estrangeiras, com idade igual ou inferior a 19 anos, que, geralmente nasceram em Cabo Verde, filhas de cidadãos estrangeiros e que à luz da legislação nacional o acesso à nacionalidade cabo-verdiana está condicionado ao estatuto legal dos países progenitores.
De acordo com a presidente da Alta Autoridade para a Imigração, Carmem Barros, o estudo confirma as tendências anteriores e reforça os dados em como a maior parte dos imigrantes vêm da África Ocidental, seguidos da Europa e de outros países africanos.
Quanto ao mercado de trabalho, a taxa de actividade dos imigrantes é superior à nacional, na ordem dos 80% e a taxa de desemprego é muito baixa (2%). A nível de escolaridade, ela está equipara à população nacional.
Não obstante algum sentimento de discriminação, Barros destacou que o sentimento de integração é “muito elevado” e que existe um “grande desejo” em obter a nacionalidade cabo-verdiana.
C/ Inforpress