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Economia

Produtos de “Trade Finance”: iibCV e CCS querem apoiar internacionalização das empresas cabo-verdianas

O Internacional investment bank, S.A. (iibCV) e Câmara de Comércio de Sotavento (CCS) promoveram na manhã desta quinta-feira, na cidade da Praia, um encontro entre empresários intitulado ” Trade Finance Business Breakfeast iib”. Com o objectivo de unir esforços para fortalecer o Comércio Internacional em Cabo Verde e informar sobre estratégias de comércio internacional e sobre os produtos e serviços dessa entidade bancária, a iniciativa está enquadrada nas Jornadas Técnicas da XXVI Edição da Feira Internacional de Cabo-Verde, que decorre até dia 18 na capital.

O ” Trade Finance Business Breakfast iib, – Internacionalização das Empresas Cabo-Verdianas”, visou reforçar assim o envolvimento do tecido empresarial de Cabo Verde no contexto do comércio mundial, face à crescente complexidade e volatilidade do comércio internacional, fomentado por conflitos e pela inflação global.

Nesse contexto, e assumindo-se como “um parceiro estratégico” das empresas no processo de internacionalização, o iibCV, juntamente com a CCS, apresentou um conjunto de soluções de Trade Finance “personalizadas e inovadoras”, com o objectivo de fomentar assim o crescimento sustentado e a ampliação da competitividade das empresas nacionais no mercado internacional, pela capacidade de gerar liquidez e mitigar os riscos inerentes ao comércio transfronteiriço.

IibCV quer fomentar fluxos de comércio internacional da economia cabo-verdiana

A iniciativa contou com a presença de vários empresários, clientes e potenciais clientes do iibCV, assim como do Presidente da Câmara do Comércio de Sotavento (CCS) Marcos Rodrigues Leila Carvalho, coordenadora do Departamento de Operações do iib, além dos oradores Manuel Fernandes, especialista e consultor português em Trade Finance e Isidoro Gomes, PCA dos Correios de Cabo Verde, entidade “fundamental” no sector das trocas comerciais, especialmente no contexto desafiante do comércio online.

Em formato de mensagem online, Francisco Ferreira, CEO do iibCV, presidiu a abertura do encontro, destacando o papel do banco no contexto do comércio internacional, a partir de Cabo Verde.

“O iibCV ambiciona ser um banco de referência na originação e captação de fluxos de comércio internacional da economia cabo-verdiana para o mundo e da economia global para Cabo Verde”, afirmou, destacando que o encontro serviu precisamente para “fornecer soluções, abordagens, produtos e serviços”, que possibilitem uma internacionalização realizada com maior segurança e, ao mesmo tempo, com maior rentabilidade.

Uma meta que foi igualmente reforçada por Leila Carvalho, coordenadora de operações do iibCV, salientando a importância do Trade Finance.

“O financiamento do comércio, designado Trade Finance, é uma ferramenta essencial no mundo dos negócios internacionais”, afirmou. A mesma esclareceu ainda que o objectivo desse conjunto de produtos e serviços do Trade Finance é facilitar as transações internacionais, que representam um mercado de 32 trilhões de dólares, actualmente.

Em Cabo Verde, avançou, o “potencial” do Trade Finance ainda não é plenamente explorado, pelo que, este evento serviu para dar a conhecer as soluções disponíveis em matéria de produtos e serviços, para facilitar e impulsionar o comércio internacional por parte das empresas sedeadas no país.

Parcerias num contexto “win-win” – Marcos Rodrigues

Por sua vez Marcos Rodrigues, presidente da CCS, enalteceu a importância do encontro para a competitividade e internacionalização das empresas nacionais e desafiou os bancos a olharem e conhecerem de perto os empresários e os seus constrangimentos, para que juntos possam vencer os desafios.

“Os bancos têm de começar a perceber que os empresários são forças vivas e que precisam interagir realmente com os bancos na proximidade e não na distância com documentos. Empresas empoderam o país, geram riqueza e empregos e o país não existe sem isso”, argumentou.

Nesse contexto, defendeu, por isso, um trabalho conjunto, numa situação “win-win” entre bancos e empresariado, por forma a que ambos possam gerar “riquezas”.

Um quadro de parceria, como destacou, em que os empresários e os bancos podem fazer “muitas coisas em comum” e que também podem dar ao iib, “enquanto parceiro”, “muitas oportunidades e realizações, também”.

Desde que o iibCV chegou ao país, Marcos Rodrigues diz que percebeu logo a “matriz e filosofia” do banco, que é “estar próximo e junto dos clientes”. Mas, como argumentou, isso implica que os bancos, quando crescem ou “começam a ter algum músculo” esqueçam que do “lado de lá” estão os empresários.

“Porque estão nos seus gabinetes e só querem ver os documentos e não querem ver mais os empresários. Mas isto não é vantajoso para o nosso mercado e não é vantajoso para os empresários”.

Nesse sentido, apelou que os empresários trabalhem “em conjunto” com o Governo, e com as embaixadas nos diferentes mercados, e que deixem, também, funcionar a diplomacia económica. Igualmente, apelou para que o empresariado faça o seu “trabalho de casa” no que toca às “defesas” que é preciso criar e “compreender as dificuldades desses mercados” quando se aventuram na internacionalização.

Empresas precisam conhecer vantagens dos produtos de Trade Finance: Manuel Fernandes, especialista

Tendo em conta o contexto acima descrito, na sua apresentação, Manuel Fernandes, especialista português em Trade Finance, com larga experiência na banca, explicou que o mercado cabo-verdiano está muito focado nos produtos tradicionais de financiamento. Sendo, por isso, necessário, uma mudança de “chip”.

“Sabemos que as empresas têm algumas dificuldades de liquidez de gestão e tesouraria nas suas contas, e que pretendem, numa fase posterior à sua consolidação, no mercado cabo-verdiano, a sua internacionalização. O que acontece é que, muitas vezes, as empresas cabo-verdianas desconhecem os benefícios dos produtos de Trade Finance. São produtos de comércio internacional que permitem uma flexibilização da sua tesouraria e gestão de liquidez. Estamos a falar de produtos que se assemelham a financiamentos, mas não são puros financiamentos”.

Em termos dessas vantagens, argumentou que estes produtos permitem “um absorver de parte do risco pela instituição financeira, que garante a veracidade da transação de forma a garantir segurança às partes envolvidas nas trocas comerciais”.

Como referiu, são produtos que são muito utilizados no comércio internacional, mas que “estranhamente” não são muito utilizados no mercado cabo-verdiano. “O que provoca uma diminuição da capacidade das empresas cabo-verdianas de se internacionalizarem e fazerem uma gestão correta da sua liquidez”, analisou.

O desconhecimento dos produtos que existem neste campo do comércio internacional e alguma “má experiência” que possa ter ocorrido no passado, relativamente aos produtos de Trade Finance são algumas das explicações apontadas por esse especialista, para esta baixa adesão das empresas nacionais a esses mesmos produtos.

Entre os produtos apresentados destaca-se o Crédito Documentário, conhecido como produto “Estrela” no meio financeiro. “O iib está focado e tem vindo a comercializar esse produto em alguns parceiros identificados. Neste momento, o iib tem uma quota de mercado de 40% deste produto no mercado cabo-verdiano, o que já demonstra, significativamente, que há uma procura”, avançou.

Correios de Cabo Verde peça chave no comércio internacional – Isidoro Gomes

Por sua vez, outro dos oradores, Isidoro Gomes, CEO dos Correios de Cabo Verde, partilhou algumas ideias dos desafios dos correios a nível mundial, que se colocam especialmente nesta era digital, das compras online.

Salientou os desafios em termos de distribuição e no que toca às novas exigências dos clientes em matéria de formas de pagamento e recebimento cada vez mais rápido das suas encomendas.

“As pessoas querem ter acesso aos seus pacotes na hora, no tempo e onde desejam e querem facilidade nas opções de pagamento”. Isto, no seu entender, coloca “grandes desafios” às entidades bancárias e parabancárias.

Isidoro Gomes destacou que os Correios de Cabo Verde são a empresa internacionalizada mais antiga de Cabo Verde, trabalhando actualmente com 166 países e cerca de 800 entidades. Por isso, defendeu que os correios são uma mais valia no comércio internacional, especialmente, nas “iniciativas de transformação digital”, associadas ao comércio online.

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