O Fórum AGOA (African Growth and Opportunity Act), realizado de 2 a 4 de novembro de 2023 em Joanesburgo, África do Sul, foi, no entender do Embaixador norte-americano Jeff Daigle, um momento valioso no envolvimento económico de Cabo Verde com os Estados Unidos. Segundo o mesmo, parceiros africanos, liderados por prósperas democracias de mercado livre, como Cabo Verde, são “fundamentais para a abordagem dos Estados Unidos para impulsionar um comércio acessível, justo, competitivo e resistente”.
De acordo com o Embaixador, o AGOA é um exemplo de como se pode utilizar o comércio “como uma medida positiva”.
“As histórias de Cabo Verde e dos Estados Unidos há muito que se entrelaçam. A indústria da baleia e da foca trouxe marinheiros cabo-verdianos para os EUA no início do século XIX, lançando uma rede de migração e comércio desses produtos que durou mais de 100 anos. Hoje sabemos que o nosso sucesso económico continua intrinsecamente ligado” salienta Jeff Daigle em nota de imprensa chegada à nossa redacção.
Para o mesmo a Lei de Crescimento e Oportunidades para África, ou AGOA, é um pilar fundamental para a concretização da visão de prosperidade partilhada por ambas as partes.
Nesse contexto, rssaltou, ainda, que o AGOA pretende ser um instrumento de transformação para reforçar a “prosperidade inclusiva” em toda a África Subsaariana.
“Desde que foi assinada há mais de duas décadas, a AGOA contribuiu de forma extraordinária para milhões de africanos. Ao proporcionar acesso isento de direitos ao mercado dos EUA para mais de 6 800 produtos diferentes, a legislação ajudou a criar empregos e novas oportunidades económicas, incluindo para mulheres e jovens” afirma.
Empresários cabo-verdianos devem explorar a AGOA
No que tange ao relacionamento de Cabo Verde com os Estados Unidos da América, Diagle incentivou os empresários que gerem negócios no arquipélago, a explorarem a AGOA que, como sublinha, “pode ser utilizada para ampliar as suas vendas, capacitar mais colaboradores e contribuir para o desenvolvimento da sua comunidade”.
“Eis um exemplo do impacto da AGOA em Cabo Verde. Durante 13 anos, a Atlantic Trading importou da SUCLA e da FRESCOMAR, atum cabo-verdiano isento de direitos aumentando a sua receita e ultrapassando concorrentes que pagam um direito de 25 por cento sobre produtos semelhantes. Quero que encontremos mais oportunidades para as empresas locais exportarem produtos de alta qualidade e valiosos para os Estados Unidos”, exemplificou.
Jeff Diagle avançou ainda que a Administração Biden-Harris “apoia plenamente” a renovação da autorização da AGOA, uma vez que os benefícios da legislação expiram já em 2025.
As ferramentas políticas tais como a AGOA destinam-se a ser utilizadas, testadas e aperfeiçoadas ao longo do tempo – e é esse o objetivo do Fórum AGOA que decorreu em Joanesburgo, na África do Sul.