A Inpharma passou a contar desde ontem com uma nova unidade de produção de semi-sólidos e líquidos, para produzir, por exemplo, pomadas, diversificando a oferta de produtos, contribuindo para a diminuição da dependência das importações no setor farmacéutico. Com equipamentos de ponta e automatizados, a capacidade de produção desta nova unidade, orçada em 150 mil contos, permitirá que a empresa disponibilize 80% da produção para exportações. O mercado da CEDEAO é o foco.
Apesar do aniversário ter sido assinalado no passado dia 1 de Outubro, a Inpharma inaugurou ontem esta nova unidade de produção para assinalar os 30 anos de presença no mercado cabo-verdiano. Começou com 30 produtos no primeiro ano de laboração, passado cinco anos, já eram 50 produtos fabricados.
Presidida pelo primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva e Joaquim Coimbra, Presidente do Conselho de Administração da empresa, na presença de vários membros do governo ligados ao scetor da saúde, e não só, esta nova fábrica agora inaugurada representa um investimento com foco no futuro para o mercado nacional e exportações, devidamente certificada e regulada pela ERIS.
“O consumo do país representará 20% (da nova unidade) e nós temos que arranjar soluções para exportar 80% daquilo que viermos a produzir. Esta é a primeira fase do investimento e este investimento foi de 150 mil contos. Temos um segundo investimento para fazer durante o próximo ano que atingirá 250 mil contos”, afirmou Joaquim Correia.
Empresa na Guiné-Bissau com 100% de capital da Inpharma
O foco das exportações, garantiu, é a CEDEAO e não só, até porque a empresa detém agora 100% do capital de uma empresa de distribuição de medicamentos na Guiné-Bissau, mercado que pretende expandir.
Temos uma empresa na Guiné-Bissau, uma empresa distribuidora onde se vai ter um canal de exportação, e queremos fazer uma réplica disto ou outras parcerias comerciais, noutros países da região, nomeadamente, nos Países de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e países da CEDEAO”, acrescentou.
Também o primeiro-ministro Ulisses Correia e Silva destacou a importância da Inpharma no contexto de desenvolvimento do país e no combate à Covid-19, numa altura em que a empresa cobre 35% das necessidades do mercado farmacêutico nacional.
“Se há sector em que Cabo Verde tem potencial de crescimento e exportação de alto valor acrescentado é a indústria farmacêutica, e essa deve ser a nossa aposta. Uma aposta que faz o casamento entre o interesse do Estado e o privado. Isto significa que temos de conquistar mercado e exportar para o mercado mais próximo da África Ocidental, dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, e exportar com a ambição que conseguimos de facto aumentar a presença no sector”, defendeu.
Actualmente, as exportações significam, segundo Joaquim Coimbra, uma percentagem “reduzida”, à volta de “5 a 6%” devido à capacidade de produção. É que, como justificou, primeiro estão as satisfações das necessidades do mercado nacional e, depois, o externo. Mas, como concluiu, com esta nova unidade e diversificação de produtos as exportações deverão aumentar.
Homenagens de reconhecimento
As comemorações dos 30 anos da Inpharma culminaram com uma Gala num dos hotéis da capital, com direito a novos discursos da praxe com foco nos ganhos e desafios futuros da Inpharma e um concerto de Sandra Horta, autora do hino dos 30 anos da Inpharma.
A festa terminou com homenagens de reconhecimentos a dois ex-quadros da Inpharma e um ainda actual. O médico Dario Dantas dos Reis, o cardiologista mais antigo no activo, a Maria Helena Maurícia dos Santos, proprietária da Farmácia Santa Isabel e o colaborador do ano, pela segunda vez, António dos Santos Lisboa.