Por: Neusa Fernandes*
Em tempos de crise, a educação surge como um farol de esperança, guiando sociedades rumo a um futuro mais promissor. A pandemia global de COVID-19 demonstrou a importância crítica da educação e revelou suas vulnerabilidades, levantando questões fundamentais sobre como aprimorar e fortalecer esse pilar essencial da sociedade. O impacto da crise na educação e a necessidade urgente de investir nesse setor para moldar um futuro melhor para todos.
A educação é o alicerce sobre o qual construímos nossas vidas e sociedades. Ela não apenas proporciona conhecimento e habilidades, mas também promove valores, cidadania e a capacidade de pensamento crítico.
No entanto, a pandemia de COVID-19 desencadeou uma crise educacional global. Escolas fecharam, estudantes foram forçados a aprender remotamente e desigualdades profundas na acessibilidade à educação foram expostas. Mas esta crise também apresentou uma oportunidade única para repensar e reformar nosso sistema educacional.
Em primeiro lugar, é crucial reconhecer que a educação não é um gasto, mas um investimento no futuro. A crise econômica que acompanhou a pandemia levou muitos governos a cortar os orçamentos da educação, mas esse é um erro crasso. Reduzir o financiamento educacional é como minar as fundações de uma casa – ela pode parecer sólida por um tempo, mas acabará desmoronando. Em vez disso, devemos investir na formação de professores, na infraestrutura das escolas e na tecnologia educacional para garantir que a educação seja resiliente a futuras crises.
Além disso, a pandemia acelerou a digitalização da educação. O ensino online, embora tenha suas limitações, oferece oportunidades de aprendizado flexíveis e acessíveis. No entanto, a falta de acesso à Internet e dispositivos adequados ampliou a desigualdade educacional. Investir em conectividade de alta velocidade em áreas rurais e fornecer dispositivos para estudantes carentes deve ser uma prioridade para garantir que ninguém seja deixado para trás.
A crise também destacou a importância de um currículo mais adaptável e focado em habilidades do século XXI. Não podemos continuar ensinando as gerações futuras da mesma maneira que ensinamos há décadas. A ênfase deve ser colocada no desenvolvimento de habilidades como pensamento crítico, criatividade, resolução de problemas e alfabetização digital. Isso não só preparará os alunos para os desafios do mercado de trabalho em constante mudança, mas também os capacitará a enfrentar crises com resiliência.
Outro especto crucial é o apoio à saúde mental dos alunos e educadores. A pandemia deixou cicatrizes emocionais, e a educação deve ser um ambiente que promova o bem-estar mental. Os governos e as instituições educacionais devem investir em programas de apoio psicológico, treinamento para professores em lidar com questões de saúde mental e criar um ambiente escolar acolhedor e inclusivo.
Não podemos esquecer o papel dos professores. Eles são os arquitetos do futuro, moldando mentes jovens e inspirando gerações. Portanto, é imperativo valorizar e apoiar os professores com salários competitivos, desenvolvimento profissional contínuo e condições de trabalho adequadas. Um corpo docente bem preparado é essencial para a qualidade da educação.
Além disso, a colaboração internacional desempenha um papel vital na melhoria da educação em tempos de crise. A troca de melhores práticas, recursos compartilhados e cooperação em pesquisa educacional podem enriquecer a qualidade do ensino em todo o mundo. Nenhum país deve enfrentar a crise educacional sozinho; juntos, podemos enfrentar os desafios globais.
Em conclusão, a educação em tempos de crise não deve ser vista como um fardo, mas como uma oportunidade para transformar nossos sistemas educacionais e sociedades para melhor. Investir em educação é investir no futuro.
Devemos aumentar o financiamento, promover a equidade, adaptar o currículo, apoiar a saúde mental, valorizar os professores e colaborar internacionalmente. Somente através dessas ações poderemos garantir que a educação continue sendo a luz guia que nos leva a um futuro mais brilhante.
A crise pode ser o catalisador para uma revolução educacional que beneficiará gerações vindouras. A pergunta que devemos nos fazer é: estamos dispostos a fazer o investimento necessário? A resposta determinará o tipo de futuro que estamos moldando para nossos filhos e netos.
*Formação: Licenciada em Filosofia Política e Relações Internacional. Profissão: Estagiária.
Publicada na edição semanal do jornal A NAÇÃO, nº 838, de 21 de Setembro de 2023