O delegado de Saúde do município do Tarrafal de São Nicolau, António Diniz, considerou “preocupante” a problemática do suicídio no concelho, cujo número de casos está “acima da média nacional”. Só em 2022 o município registou seis casos de suicídio o que, comparado ao número da população, “é mesmo gritante”, advertiu António Diniz.
António Diniz, que falava a propósito do programa “Setembro Amarelo”, mês de prevenção ao suicídio, avançou que apesar de ainda este ano o município não ter registado casos, “apenas tentativas”, o número de casos de suicídio no concelho tem vindo a aumentar.
“A situação no concelho é gritante, em Cabo Verde temos vindo a ter em média 50 casos de suicídio por ano e no ano de 2022, no Tarrafal, registámos seis casos, que quando comparado ao número da população é mesmo gritante”, afirmou.
Aumento da procura de serviços de Saúde Mental
Segundo o responsável do Ministério da Saúde no Tarrafal, neste momento a delegacia conta com uma psicóloga clínica e a estrutura de saúde tem registado “um aumento” do número de pessoas que procuram os serviços de Saúde Mental.
Segundo a mesma fonte, este aumento do número de pessoas que procuram os serviços de saúde tem refletido na diminuição do número de casos, tendo em conta que este ano não foi registado qualquer caso de suicídio.
Aposta na prevenção
“Temos realizados trabalhos no terreno com deslocação às diferentes localidades, e as pessoas já começam a sentir os impactos e hoje muitas pessoas procuram a delegacia de saúde para procurar tratamento”, realçou.
António Diniz realçou, contudo, a necessidade de um psiquiatra no concelho e mesmo de uma psicóloga de forma definitiva, tendo em conta que a actual, apesar de estar a desenvolver “um bom trabalho”, está em prestação de serviço.
Segundo afirmou, a “grande aposta” da delegacia tem sido na prevenção, contando para isso com o engajamento de diversas instituições para o combate a esta problemática que afeta o concelho.
C/ Inforpress
