O velório do jornalista e ex-presidente do Comité Olímpico Cabo-verdiano (COC), Franklin Palma, realiza-se hoje, quarta-feira, 20, pelas 14h, no Salão de Atos da Igreja Adventista, localizada no Plateau, Praia. Em seguida, haverá um cortejo fúnebre em direção ao Cemitério da Várzea, onde será sepultado.
Inclusive, o Comité Olímpico Cabo-verdiano informou ontem que decretou três dias de luto interno pelo falecimento daquele que foi também Presidente Honorário, Franklin Palma. Franklim Palma, recorde-se, faleceu sábado, 16, na cidade da Praia, vítima de doença.
“Um Presidente, que marcou a trajetória do Comité Olímpico contribuindo de forma excepcional para o desenvolvimento e reconhecimento do mesmo em várias esferas. Um entusiasta e impulsionador do desporto nacional que apoiou de forma incontornável a história de vários atletas nacionais e que perpetuou o espírito olímpico em Cabo Verde”, escreveu o COC em nota chegada à nossa redacção
Recorde-se que Palma esteve também na génese da criação do Comité Olímpico Cabo-verdiano, acompanhando Antero Barros, primeiro presidente, “a elevar o espírito e o nome de Cabo Verde nos seus primeiros passos no Movimento Olímpico”.
Os três dias de luto, decretados a contar do último domingo, dia do falecimento do Presidente Honorário, incluem a Bandeira Olímpica a meia haste na sede do Comité; o cancelamento de quaisquer celebrações ou eventos do Comité; homenagem ao malogrado e comunicação do passamento físico ao Comité Olímpico Internacional, à Associação de Comités Olímpicos de Língua Portuguesa e à Associação de Comités Olímpicos Nacionais Africanos.
Presidente do Comité Olímpico Cabo-Verdiano (COC) durante dois mandatos
Franklin Palma foi o segundo Presidente do Comité Olímpico Cabo-Verdiano (COC), sucedendo em 2006 ao professor Antero Barros fundador da Instituição. Palma exerceu dois mandatos, tendo permanecido no cargo até Fevereiro de 2014.
Entre os destaques do seu mandato constam as participações de Cabo Verde nos Jogos Olímpicos (JO) de Pequim 2008 e Londres 2012, nos três jogos da Lusofonia (Macau, em 2008, Lisboa, em 2009, e Goa, em 2014) e nos Jogos Africanos de 2011 em Maputo, Moçambique.
Conforme relata o livro “Movimento Olímpico em Cabo Verde – 30 anos de História”, editado em 2018, pela Alfa-Comunicações, uma outra conquista registada na presidência de Franklin Palma foi a sua eleição em 2009 para assumir o cargo de Secretário-Adjunto da Associação dos Comités Olímpicos de Língua Portuguesa (ACOLOP).
O mandato de Franklin Palma também foi marcado pelo facto de a judoca Adysângela Moniz (+78 quilos) ter-se tornado na primeira atleta feminina de Cabo Verde a qualificar-se, por mérito próprio, para os Jogos Olímpicos, neste caso, os jogos de Londres 2012, onde também estiveram presentes, Rubem Sança (cinco mil metros) e Lidiane Lopes (cem metros).
Um dos fundadores e dirigente da Agência Cabo-verdiana de Notícias (Cabopress), hoje Inforpress
Além de figura ímpar do olimpismo cabo-verdiano, Franklin Palma foi um dos fundadores e dirigentes da Agência Cabo-verdiana de Notícias (Cabopress), hoje Inforpress e profissional de destaque no jornalismo nacional ao longo da sua carreira.
Inclusive, na comunicação social cabo-verdiana assim como nas redes sociais, familiares, amigos, colegas de profissão e conhecidos fizeram referência ao falecimento de Franklin Palma, lamentando a partida de uma importante figura do jornalismo e do desporto cabo-verdiano. A Associação Sindical dos Jornalistas de Cabo Verde (AJOC) lamentou a morte do “estimado jornalista Franklin Palma, um dos sócios fundadores e membro da primeira direcção da AJOC”. “É com pesar que reconhecemos o significativo legado deixado por Franklin Palma, que desempenhou um papel crucial no desenvolvimento da imprensa escrita em Cabo Verde. Seu compromisso e dedicação foram pilares fundamentais para o avanço do jornalismo no nosso país”, refere a nota de pesar da AJOC.
Apadrinhamento da carreira de vários jornalistas
Franklin Palma apadrinhou o início da carreira jornalística de vários profissionais, muitos deles bastante conhecidos do público cabo-verdiano com são os casos de Luís Carvalho, Rosana Almeida ou, ainda, José Mário Correia para quem Palma foi “um amigo, um professor, um colega, um orientador, uma tranquilidade em pessoa”.
Luís Carvalho, jornalista da Agência Cabo-verdiana de Notícias (Inforpress), com passagem por vários outros órgãos de comunicação social, lamentou, na sua página no Facebook, que Franklin Palma tenha tido problemas em conseguir um visto para tratamentos médicos em Portugal, acabando por desistir.
“Foi com surpresa que recebi esta notícia do desaparecimento físico do Franklim Palma. Quando, em 1981, iniciei nas lides do jornalismo, no então semanário “Voz di Povo”, o Palma já lá estava. Era, na altura, um dos veteranos, juntamente com Arnaldo Andrade, Carvalho Santos e Daniel dos Santos (Ney) e Arménio Vieira. Foi um dos que me acolheram e me deram o suporte para ser hoje o jornalista que sou. Palmita como carinhosamente o tratava, foi um distinto jornalista e um colega sempre disponível para ajudar os outros”, recordou Luís Carvalho.
Vai-se o homem, fica a sua obra e legado. O velório de Franklin Palma acontece amanhã, quarta-feira, 20, pelas 14h, no Salão de Atos da Igreja Adventista, localizada no Plateau, Praia. Em seguida, haverá um cortejo fúnebre em direção ao Cemitério da Várzea, onde será sepultado.