Desde o início do ano, apesar de os números estarem sempre em evolução, estima-se que mais de 127 mil imigrantes desembarcaram em Itália, quase o dobro do mesmo período de 2022 e o triplo de 2021, segundo dados atualizados do Ministério do Interior italiano. O sistema de gestão de migrantes de Itália encontra-se à beira do colapso.
O autarca de Lampedusa garantiu que a pequena ilha italiana está a ser sobrecarregada pelo número de migrantes que chegam às suas costas, depois de milhares de pessoas terem desembarcado do Norte de África nos últimos dias.
Na sequência da chegada de mais de 10.000 migrantes a Lampedusa (mais do que a população da ilha mais próxima de África) em apenas três dias, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e Meloni, a chefe do Governo italiano, visitaram este domingo a ilha italiana, onde continuam os desembarques de imigrantes agravando a crise migratória na ilha.
Sistema de gestão de migrantes à beira de asfixia
Durante a visita a Lampedusa, a chefe do Governo italiano alertou que a pressão migratória sobre o seu país é insustentável.
A Cruz Vermelha Italiana, que gere o centro de acolhimento de Lampedusa, disse que ali ainda se encontram 1.500 migrantes, para uma capacidade de 400 pessoas, pois as transferências para a Sicília e o continente não compensam totalmente as novas chegadas.
Grandes navios de organizações não-governamentais, como o Geo Barrents dos Médicos Sem Fronteiras, que resgatou quase 500 migrantes em 11 operações (mais de 200 menores), são direcionados diretamente para os principais portos italianos. Contudo, dezenas de pequenos barcos continuam a sua travessia do Mediterrâneo e chegam diretamente a Lampedusa, onde o sistema de gestão de migrantes se encontra à beira de asfixia.
A França já ofereceu ajuda à Itália para controlar a fronteira e evitar a avalanche de migrantes. O ministro do Interior francês desloca-se esta segunda-feira a Itália para debater como ajudar o Governo italiano.
C/ Sic Notícias
