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Ambiente

Praia: Mudança na rota de recolha agrava situação do lixo em alguns bairros

Meses após alterações na localização de alguns contentores de lixo, alguns bairros da capital do país ainda vêem a situação do lixo agravada. Os moradores continuam a colocar o lixo no chão, nos locais onde antes haviam pontos de recolha. A Câmara Municipal afirma que tem apostado em placas de proibição, por vezes ignoradas, e insiste na colaboração dos munícipes para termos uma Praia limpa e saneada.

Resolver o problema do lixo na Cidade da Praia tem sido um dos principais desafios apontados pela autarquia. Volta e meia o executivo de Francisco Carvalho fala de boicotes ao sistema de recolha de resíduos sólidos, com contentores revirados, roubados e até queimados.

Entretanto, na tentativa de ultrapassar o problema, e ao mudar de lugar alguns pontos de recolha, a CMP viu-se perante mais um obstáculo: as pessoas continuam a colocar o lixo no chão, onde antes havia contentores. Mesmo em zonas nobres, como a zona comercial e financeira da Achada de Santo António, onde há entidades como bancos, Bolsa de Valores, serviços de saúde e outras prestações, não estão livres dessa falta de postura municipal.

“Antes havia dois pontos de contentores perto da minha casa. Todos foram retirados e colocados em locais distantes”, reclama uma moradora de um dos bairros da cidade. “O lixo que é colocado no chão é destruído pelos cães de rua e carregado pelo vento”, indica a munícipe, que apela, entretanto, ao civismo das pessoas, no sentido de evitarem o comportamento “reprovável”.

A Câmara Municipal da Praia (CMP), por seu turno, através de uma nota em resposta às nossas questões, diz que “reconhece e valoriza as preocupações dos cidadãos em relação à questão do saneamento na cidade” e que está “consciente do compromisso em resolver os desafios relacionados ao saneamento”, que tem sido uma prioridade.

Entretanto, faz um “apelo sincero” aos munícipes, no sentido de contribuírem para uma Praia mais limpa. “Queremos fazer um apelo sincero aos munícipes para que também desempenhem um papel ativo na melhoria do saneamento na Praia”, disse, em reação enviada a este semanário.

Novas rotas de recolha

A mesma fonte esclarece que, onde foram instaladas placas indicando que é proibido depositar resíduos, significa que o local não está na rota de recolha regular de lixo.

“O carro de colecta de lixo só atende os locais onde há contentores designados. Pedimos a colaboração de todos para que respeitem essas placas e evitem descartar lixo onde não é permitido”, reforça.

Segundo diz, é compreensível que haja situações em que as mudanças na localização dos contentores possam afetar a comodidade de alguns moradores.

Entretanto, pede que sejam feitos “pequenos esforços adicionais, quando necessário, em prol de um ambiente mais limpo e saudável para a cidade”.

Questão de civismo

Um morador do bairro de Terra Branca fala, também, de um problema de civismo e bom senso de pessoas que, segundo diz, não fazem o mínimo esperado.

“Em Terra Branca temos um problema crónico na zona perto do Pão Quente. Apesar de haver contentores próximos, as pessoas teimam em colocar ali o lixo no chão, transformando o local numa autêntica lixeira, apesar da placa de proibição”, denuncia, frisando que, nesta época do ano, o problema é ainda agravado com a proliferação de mosquitos.

A esse tipo de conduta há também quem, à procura de alimento para animais domésticos, revire os contentores, espalhando o lixo pelo chão. Um caso típico é o do contentor mesmo ao lado da Esquadra da Polícia na Achada de Santo António.

“As pessoas não respeitam nem a proximidade da Polícia, e, ao que parece, os próprios agentes desta esquadra não se importam de ter uma lixeira perto deles. É impressionante”, desabafa um morador, desalentado com a degradação dos costumes que vai pelo país.

Melhorias no sistema de colecta

Outra preocupação recorrente dos cidadãos tem sido a quantidade de lixo acumulado mesmo nos locais onde há contentores. Neste caso, diz a CMP, o problema não é apenas a presença de lixo, mas também a duração de tempo que esse lixo permanece ali, pelo que já melhorou o sistema de colecta por forma a garantir que o lixo seja removido de forma oportuna.

Frisa, entretanto, que a gestão do saneamento é uma responsabilidade compartilhada entre a Câmara Municipal e os munícipes. Reconhece, por outro lado, que houve “boicotes e obstáculos” ao seu trabalho, mas reafirma o “compromisso em superar esses desafios e garantir um ambiente limpo e saudável para todos os habitantes da cidade”.

De recordar que a autarquia anunciou, desde o início de Junho, a introdução de melhorias das condições de saneamento, com a colocação de novos contentores e consequentemente mudança de alguns pontos de depósito de lixo. Além de queimados, ao que tudo indica, houve também contentores roubados ou que simplesmente desapareceram do local onde estavam.

Publicada na edição semanal, versão digital do jornal A NAÇÃO, nº 836, de 07 de Setembro de 2023

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