Um grupo de agentes da Polícia Nacional (PN) das esquadras da Ribeira Grande e da Ponta do Sol, em Santo Antão, exigiram hoje “melhores condições” laborais e “dignificação” da classe. Os policiais, que pediram para não ser identificados por “temerem represálias e processos disciplinares”, caracterizaram a situação laboral dos efetivos das esquadras da Ponta do Sol e da Ribeira Grande de “crítica”.
“Trabalhar 24 horas com uma única pessoa na esquadra e apenas duas fazem patrulha, temos medo de algum dia acontecer o pior e isso está a ficar cada vez mais preocupante porque nem a tutela, nem a cúpula está a fazer nada, e têm conhecimento do que se está a passar”, alegaram.
As mesmas fontes relembraram que na altura do Festival Baía das Gatas, em São Vicente, enviaram alguns agentes do comando de Santo Antão e as esquadras trabalharam com dois efetivos durante 24 horas, situação que consideram “caricata”.
Ainda em São Vicente, os agentes alegaram que os colegas foram “maltratados” e que as refeições eram servidas em “péssimas condições e fora de hora”.
Sindicato diz ter conhecimento dos factos e inclusive já as expôs ao ministro da tutela, mas até agora “nada foi resolvido”
Relativamente às viaturas de serviço, os agentes apontaram que as mesmas se encontram “em péssimo estado” e denunciaram vistorias que não são feitas “há muito tempo”.
“Estamos a trabalhar com viaturas velhas, a da Esquadra da Ponta do Sol já andou quase 500 mil quilómetros, trabalha dois dias e nas restantes da semana vai para oficina” , frisou.
Quanto ao fardamento, os agentes salientaram que as instituições “não lhes dão uniforme a tempo e horas, e se a dão o fazem peça por peça”.
“Já não podemos estar a aguentar tais situações, por isso exigimos que tomem iniciativas urgentes, pois tais brincadeiras já não estão a dignificar a classe”, acentuou.
Sinapol a par de tudo
A Inforpress contactou o membro da comissão de gestão do Sindicato Nacional da Polícia (Sinapol) em Santo Antão, Anderson Medina, que afirmou que o sindicato tem conhecimento dos factos e inclusive manteve um encontro ‘online’ em meados de fevereiro com o ministro da tutela sobre a situação dos agentes em Santo Antão, mas até então “nada foi resolvido”.
“Na altura o ministro mostrou-se disponível em resolver estas situações, como o caso de carga horária e progressão, de entre outros assuntos, mas até então nada foi feito. Estamos ainda a pautar pelo diálogo, entretanto não descartamos avançar com outros métodos de luta futuramente”, vincou Anderson Medina.
A Inforpress tentou igualmente falar com o comandante regional da PN em Santo Antão, José Lima, mas tal ainda não foi possível.
C/ Inforpress