O Conselho de Paz e Segurança (CPS) da União Africana (UA) rejeitou, uma intervenção militar para restabelecer a ordem constitucional no Níger, preferindo uma solução não militar e não punitiva para a crise. A decisão foi tomada numa reunião realizada em Adis Abeba, Etiópia, Segunda-feira, 14.
Segundo avança a agência espanhola de notícias, EFE, é a primeira vez que a UA se opõe de maneira tão clara ao uso da força no Níger desde que, a 30 de Julho, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) colocou sobre a mesa essa possibilidade, durante uma reunião extraordinária dos chefes de Estado e de Governo dos países do bloco.
O Conselho de Paz e Segurança concordou ainda em suspender o Níger de todas as actividades da UA até o restabelecimento da ordem constitucional no país. (EFE)
Criação de comité ‘ad hoc’ para diálogo
Uma outra iniciativa da organização pan-africana foi a criação de um comité ‘ad hoc’ ao nível dos chefes de Estado dos países-membros, que integra todos os blocos regionais, para procurar uma solução através do diálogo.
“O comité irá trabalhar para persuadir os líderes da junta do Níger a seguir a via diplomática e a comprometer-se com uma resolução pacífica da crise”, disse uma fonte da UA citada pela EFE.
O Conselho de Paz e Segurança da União Africana também concordou em enviar um “aviso severo” aos golpistas para que “garantam a segurança do Presidente detido (Mohamed Bazoum), da sua família e dos membros do gabinete”, acrescentou a fonte da EFE.
CEDEAO debate no Gana eventual intervenção militar
Por sua vez, os chefes militares da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) iniciaram esta Quinta-feira,17, em Acra, no Gana, uma reunião de dois dias para discutir uma possível intervenção militar na sequência do golpe de Estado de 26 de julho no Níger.
A CEDEAO exige que os líderes golpistas do Níger libertem o Presidente Mohamed Bazoum e já avisou que o bloco poderá enviar tropas como último recurso se as negociações falharem, sendo de recordar que concordaram, a 10 de Agosto, “ativar” a “força de reserva” da organização
C/Agência EFE e DW