Uma cliente de uma alegada empresa de assessoria e facilitação do processo de agendamento de vistos para Portugal procurou A NAÇÃO para denunciar um alegado golpe. Segundo diz, entregou 53.339 mil escudos à “APS Group” para tratar do agendamento e do processo documental, o que não aconteceu. A empresa estaria a criar dificuldades para devolver o montante.
A utente em causa, que prefere manter o anonimato, diz que entrou em contacto com a “APS Group”, a 29 de Maio, com a promessa de que facilitariam o processo de aquisição do visto de estadia temporária em Portugal para comércio.
Entregou uma procuração e o valor de 53.339 mil escudos para assegurar a documentação e a garantia de um agendamento, o que até à data de hoje, como aponta, ainda não aconteceu.
Dificuldades em obter reembolso
Conforme conta também a nossa fonte, a empresa estaria a dificultar o reembolso do montante pago, já que, após “vários contactos”, a APS Group não atende o telefone e não lhe dá explicações.
A NAÇÃO contactou a empresa em questão que, ao ser questionada sobre o caso, garantiu que o reembolso seria feito ontem, sexta-feira, 14, o que não aconteceu.
Como explicou o nosso interlocutor, o bloqueio no sistema de agendamento impediu de dar seguimento ao caso.
No entanto, ao ser questionado sobre a legalidade da operação, desconversou e disse que o agendamento online é feito a pessoas com dificuldades de usar o sistema e em conjunto com o cliente.
A APS Group tem representação em São Vicente e na Praia.
Autoridades pedem que se denuncie empresas de agendamentos
Re orde-se que, em Abril, o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Paulo Cafôfo, esteve em Cabo Verde e denunciou serviços ilegais e empresas que prometem agendamentos.
Apelou, na altura, para que se denuncie o “açambarcamento” de vagas para pedidos de vistos por esse serviço ser ilegal.
Aquele governante garantiu que no caso dos vistos para Portugal o agendamento é gratuito, presencial ou através da página na Internet da VFS Global, empresa externa que há oito meses processa os pedidos de vistos de trabalho, estudo, tratamento médico e reagrupamento familiar de Cabo Verde para Portugal.
Uma outra modalidade é através do Centro Comum de Vistos (CCV), na Praia.
Por sua vez, o ministro das Comunidades de Cabo Verde, Jorge Santos, classificou de “traficantes” as empresas e particulares que açambarcam vagas para agendamento de vistos para Portugal e disse que devem ser punidos.
Na passada sexta-feira, na Praia, um grupo de cidadãos manifestou-se contra as dificuldades no agendamento de obtenção de vistos.